sábado, 18 de julho de 2020

10 razões para dor na vagina


Explicamos as causas mais comuns do incômodo lá embaixo

Vou ser sincera — prefiro ter qualquer outro tipo de dor que não seja a vaginal. Uma unha encravada, um dente inflamado… Eu até encaro. Mas por favor, dor, fique longe das minhas partes baixas. Infelizmente, você não pode escolher o local da dor. Mas pode pelo menos saber quais são as razões para dor na vagina. Identificar a causa tornará o tratamento muito mais simples. 

Montamos uma lista do que pode estar por trás da dor vaginal desagradável. Mas lembrando sempre que ir ao médico é melhor do que qualquer diagnóstico.  

Infecções por fungos

“Os sintomas de infecções fúngicas vão além do característico corrimento e queimação”, explica Gokhan Anil, um ginecologista do Mayo Clinic Health System, dos Estados Unidos. Eles podem incluir também dor. “A fermentação do fungo afeta o interior da vagina e a região ao redor. E isso pode causar inchaço e vermelhidão”, ele diz. 

Embora muita gente trate esse tipo de problema com medicamentos que não necessitam de prescrição médica, é bom procurar um especialista se é a primeira vez que pega uma infecção. Seu ginecologista fará um exame pélvico e prescreverá um creme antifúngico para usar até que os sintomas desapareçam. 

Vaginose bacteriana

A vaginose bacteriana também pode causar corrimento e desconforto vaginal, só que diferentemente da infecção por fungo, ela também provoca um odor de peixe. A condição é causada por um crescimento excessivo de bactérias na vagina.

“Normalmente, a vagina é cheia de lactobacilos, que são bactérias boas que mantêm o pH do local em equilíbrio”, afirma Lauren Streicher, diretora médica do Northwestern Medicine Center for Sexual Medicine and Menopause. Mas quando as bactérias boas são substituídas por bactérias “ruins” — chamadas de Gardnerella vaginalis –, a vaginose aparece. Os médicos não sabem exatamente o que o desencadeia o problema, mas sexo e menstruação prejudicam o pH vaginal.

Se você tiver vaginose bacteriana, antibióticos (em comprimido ou creme) podem acabar com os sintomas. 

Doenças sexualmente transmissíveis (DST)

Herpes, clamídia, gonorréia — qualquer tipo de DST pode causar dor por lá, explica Gokhan.

Se o caso for herpes — que afeta cerca de um em cada seis americanos — vai haver uma inflamação característica, diz o médico. “A herpes tende a gerar lesões específicas que são bastante sensíveis ao toque”, ele acrescenta.

A dor de outras DSTs geralmente é causada pela inflamação geral. “As doenças provocam inchaço do tecido vaginal, que fica sensível. Além da pessoa sentir ardor e coceira”, finaliza Gokhan.

De qualquer forma, você precisará de exames detalhados prescritos por um especialista se está sentindo algum tipo de dor ou desconforto. A clamídia, a gonorreia e outras DSTs geralmente são tratadas com remédio. E embora a herpes não tenha cura, ela pode ser controlada.  

Secura vaginal

Secura vaginal é a falta de estrogênio no organismo. E não acomete somente mulheres na menopausa, viu? 

“O estrogênio é um hormônio do crescimento que melhora o fluxo sanguíneo que vai para a vagina, a espessura da parede vaginal, além da elasticidade e lubrificação da região”, diz  Gokhan. E quando não há hormônio suficiente (seja por conta do anticoncepcional, amamentação ou menopausa), as coisas podem ficar dolorosas. 

Se você perceber que não fica tão lubrificada quanto antigamente, talvez seja a hora de consultar seu médico. Ele será capaz de ajudá-la com alguma pomada ou lubrificante. Ou até mesmo mudar seu método contraceptivo. 

O pênis do seu parceiro

Embora uma das razões para dor na vagina possa ser a sua própria anatomia, também é preciso prestar atenção no seu parceiro. “É realmente dor vaginal o que você tem, ou incômodo da penetração — que é sentido dentro da barriga?”, pergunta Mary Jane Minkin, fundadora do MadameOvary.com. “Fica difícil diferenciar”.

Basicamente, membros maiores podem machucar. E essa “dor de barriga” pode sim ser causada por um pênis grande demais, porque ele atinge o colo do útero durante a penetração. 

Se o sexo está ficando desconfortável para você — e você anda suspeitando que o tamanho do pênis seja o culpado — teste novas posições. Aquelas que não permitem uma penetração muito profunda são as melhores. E certifique-se de usar lubrificante … muito lubrificante.

Vulvodínia

A vulvodínia nada mais é do que uma dor vaginal crônica sem uma causa identificável, de explica o American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG). “Cerca de nove por cento das mulheres terão esse tipo de dor em suas vidas”, diz  Mary Jane Minkin. Ela diz que, nesse caso, a dor aparece durante a penetração. Ou até mesmo ao colocar um absorvente interno. 

Para algumas mulheres, no entanto, o incômodo pode aparecer a qualquer hora, mesmo sem penetração ou contato com a área. “É um mistério”, ela diz. 

A vulvodínia não é bem compreendida pela ciência, mas os médicos acreditam que a dor vem de um excesso de fibras nervosas na parte externa da vagina e da vulva. É essa é uma região que tem muitas terminações.

“É a parte mais enervada da vagina”, diz Gokhan Anil. O tratamento mais utilizado nesse caso é a pomada com lidocaína, também usada para a fibromialgia, outra condição de dor crônica sem causa conhecida. 

Endometriose

A endometriose é uma condição de diagnóstico bem difícil. Ela ocorre quando o tecido endometrial (também conhecido como revestimento interno do útero) cresce em locais fora dele (como na região pélvica, no abdômen ou até mesmo em outras partes do corpo). A condição também é bastante dolorosa. “Gera uma inflamação crônica e machucados ao redor dos tecidos, o que pode ser uma das razões para dor na vagina“, diz Gokhan Anil.

A endometriose é normalmente tratada com terapia hormonal ou cirurgia para remover qualquer tecido extra. 

Doença inflamatória pélvica 

A doença inflamatória pélvica (DIP) é uma infecção do útero, trompas ou ovários. “Isso pode resultar em cicatrizes no interior dos órgãos pélvicos, ou até fazer com que eles se unam”, diz Gokhan.

Depois de realizados os exames para diagnosticar a doença, seu médico provavelmente recomendará antibióticos para acabar com a infecção.

Atrofia vulvovaginal

“A atrofia vulvovaginal é o afinamento, secura e inflamação das paredes vaginais que podem ocorrer quando o corpo produz menos estrogênio. É mais comum após a menopausa”, afirma o portal Mayo Clinic. Essa condição pode te deixar desconfortável na hora de fazer sexo e urinar, e geralmente é tratada com lubrificantes e terapia hormonal.

Câncer cervical

A dor pélvica (juntamente com dor nas costas, sangramento anormal, corrimento marrom, fadiga, náusea e perda de peso) é um sintoma de câncer cervical. Se você tiver esses sintomas e não tiver feito um exame de papanicolaou, converse com seu médico.

Fonte: Revista istoe.com.br/Saúde da Mulher