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NORTHROP GRUMMANI 36 mil quilômetros de altitude
Um satélite comercial foi acoplado a
um outro que estava em órbita, em uma demonstração do que muitos acreditam que
será um nova e próspera fronteira na indústria espacial.
Uma das plataformas era um antigo
satélite de comunicações quase sem combustível. A outra é uma unidade auxiliar,
que agora se encarregará de todas as funções de manobra do primeiro.
Isso permitirá a prorrogação por mais
cinco anos da vida útil do satélite (Intelsat-901), que há 19 anos transmite
sinais de televisão.
O evento foi descrito como "um
grande sucesso" pelas empresas envolvidas.
A Northrop Grumman, responsável pelo
satélite que foi acoplado, o Missão Veículo de Extensão 1 (MEV-1, por suas
siglas em inglês), afirmou que se trata da primeira vez que dois satélites
comerciais se unem dessa maneira a uma altitude de mais de 36 mil quilômetros.
O MEV-1 agora empurrará o IS-901 até
uma posição equatorial a 27,5 graus oeste, para que ele possa reativar as
tarefas de telecomunicação entre o fim de março e o início de abril deste ano.
Zona
sem riscos
Empresas de satélite dizem há algum
tempo sobre a possibilidade de fazer serviços em órbita, como recarregar o
combustível de satélites mais antigos ou retirar peças que não funcionam mais.
Imagem GETTY IMAGES
Há muitos anos, é
estudada a possibilidade de oferecer serviços em órbita, mas esta é a primeira
vez em que uma tentativa dá resultados
Mas, de acordo com os envolvidos no
lançamento do Missão Veículo de Extensão 1, esta é a primeira iniciativa
comercial a oferecer resultados.
O acoplamento dos satélites ocorreu
na terça-feira (25/02), às 7h15, a cerca de 300 quilômetros acima do arco
geossíncrono, de onde a maioria dos satélites de comunicações transmite seus
dados.
No momento da junção dos dois
satélites, os responsáveis tomaram cuidado para que nenhuma outra nave espacial
estivesse nas proximidades, para que não fosse comprometida caso algo fugisse
do controle.
O veículo acoplado controlará todos
os movimentos do satélite Intelsat-901, incluindo aqueles que o equipamento
deve fazer para manter a telecomunicação com pontos da superfície terrestre.
Quando a missão estendida chegar ao
fim, o MEV-1 levará o Intelsat-901 a uma órbita "cemitério" e logo se
dirigirá para outro satélite que esteja ficando sem combustível e que necessite
desse mesmo tipo de assistência.
Expansão
A Northrop Grumman, que opera esse
novo serviço por meio da subsidiária SpaceLogistics LLC, afirmou que planeja expandir
esse serviço básico oferecido por meio do MEV-1 para poder incluir veículos
capazes de fazer reparos e montagens em órbita.
A empresa já está trabalhando em
sistemas que incluirão não apenas sondas de acoplamento simples, mas também
braços robóticos para pegar satélites.
Imagem NORTHROP GRUMMAN
Uma equipe de
engenheiros ensaiou o acoplamento dos satélites usando modelos semelhantes
Outra opção que está sendo
desenvolvida são as cápsulas de combustível, que poderão ser conectadas aos
satélites que precisam de abastecimento.
Tom Wilson, vice-presidente de
sistemas espaciais de Northrop Grumman e presidente da SpaceLogistics LLC,
disse que esses serviços podem ser úteis para a Nasa, principalmente quando
astronautas são enviados para longe da Terra.
Segundo Wilson, em suas explorações
do sistema solar a Nasa necessita "realizar todo tipo de missões robóticas
autônomas", como "unir veículos, realizar operações de aproximação,
fabricar peças ou componentes que não sabia que necessitaria".
"Toda a tecnologia nos leva a
esse tipo de veículos e serviços", disse Wilson.
Em um ano, a companhia deve lançar um
segundo MEV. A missão deverá dar apoio a outro satélite Intelsat.
Transpondo
os limites
imagem NASA
1992, astronautas
resgataram um satélite Intelsat
Stephen Spengler, representante da
Intelsat, disse que sua empresa sempre estimulou o desenvolvimento do conceito
de "serviços em órbita". Ele citou a missão do ônibus espacial que,
em 1992, resgatou o Intelsat-603, que havia encalhado na parte baixa da órbita
terrestre.
"Vamos além dos limites do que é
possível e transformamos essas possibilidades em realidade. É por isso que
somos defensores fervorosos da manutenção feita em órbita há muitos anos",
declarou.
"Em termos econômicos, funciona
para a gente e faz muito sentido. Nos permite expandir as receitas e adiar as
despesas de capital um pouco mais."