quinta-feira, 29 de março de 2018

Lição 1 Discernindo as bênçãos de Deus.



1 de abril de 2018

Texto Áureo
Efésios 1,3
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo”

Verdade Aplicada
As bênçãos de Deus atestam Seu amor, cuidado e interesse por nós, visando alcançar toda a humanidade, para a Sua glória.

Objetivos da Lição
Destacar a atitude abençoadora que caracteriza o relacionamento de Deus com Sua criação.
Analisar a bênção de Abraão e como a Igreja é alcançada pelas bênçãos;
Mostrar Aspectos de uma vida abençoada.

Glossário
Ascenção: Elevação de Jesus ao céu, quarenta dias depois de ressuscitado;
Autenticar: Reconhecer a veracidade;
Enfatizar: Realçar, ressaltar, salientar.

Leituras complementares
Segunda Sl 3.8
Terça Rm 14.17
Quarta Fp 4.19
Quinta Hb 13.5
Sexta 1Pe 3.9
Sábado 3Jo 2

Textos de Referência.
Gn 12.2-3 Nm 6.24 Sl 67.1; 7 Lc 24.50

Gênesis 12.2-3
Gn 12.2 E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção.
Gn 12.3 E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.

Números 6.24
Nm 6.24 O Senhor te abençoe e te guarde.

Salmos
67.1, 7
Sl 67.1 Deus tenha misericórdia de nós e nos abençoe; e faça resplandecer o seu rosto sobre nós.

Sl 67.7 Deus nos abençoará, e todas as extremidades da terra o temerão.

Lucas 24.50
Lc 24.50 E levou-os fora, até Betânia; e, levantando as suas mãos, os abençoou.

Hinos sugeridos.
107, 126, 459

Motivo de Oração
Peça que durante a Páscoa o sofrimento de Jesus lembre os cristãos a permanecerem fiéis.

Esboço da Lição
Introdução
1. O Deus abençoador.
2. A bênção de Abraão e a Igreja.
3. Aspectos de uma vida abençoada.
Conclusão

Introdução
Nesta lição, abordaremos um assunto que destaca um dos aspectos das atitudes de Deus para com a humanidade e toda a Sua criação: bênção. Desde o princípio esta atitude está presente, pois Ele é o Deus da bênção!

1. O Deus abençoador.
Inicialmente iremos destacar a atitude abençoadora que caracteriza o relacionamento de Deus com Sua criação, bem como identificar os diversos sentidos da palavra bênção nas Escrituras Sagradas e a importância de termos consciência de que Deus sempre age tendo em vista Seus propósitos. Ou seja, as ações de Deus não são isoladas ou meramente “acidentes de percurso”. Elas não são separadas do processo existente na relação de Deus com Suas obras, pois fazem parte do mesmo, visando alcançar o propósito divino (Pv 16.4; Is 55.11; Rm 8.28).

1.1. Abençoando desde o início.
A primeira referência ao ato de Deus abençoar é encontrada em Gênesis 1.22: “E Deus os abençoou...”, portanto, antes da criação da humanidade. Logo após criar o ser humano à Sua imagem, o texto sagrado registra: “E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: ...” (Gn 1.28). Podemos refletir, a partir dos textos citados acima, que o Senhor Deus criou, abençoou e instruiu. Que lição maravilhosa! Não basta existir; dependemos da bênção de Deus para cumprir Seus propósitos e de Suas instruções para vivermos de acordo com a Sua vontade.


  • ·        No começo da relação entre Deus e o ser humano, podemos destacar: bênção e instrução (Gn 1.28). Assim a bênção concedida no princípio admite o sentido de “dotar com um poder benéfico ou conferir”. Toda a criação é dependente do Senhor Deus tanto para continuar existindo como para cumprir cada função estabelecida pelo Criador. O Salmo 104, por exemplo, registra a criação e a conservação de todas as coisas. Bem-aventurados aqueles que procuram vivenciar as bênçãos de Deus buscando discernir os propósitos divinos para a existência, revelados em Sua Palavra.


1.2. Ênfase nas bênçãos temporais.
É oportuno refletirmos na presente lição quanto às bênçãos de Deus para nós, principalmente pelo fato de vivenciarmos tempos onde está se enfatizando, nas mensagens e hinos, as bênçãos temporais ou aquelas restritas à vida aqui na terra. Vários movimentos e tendências teológicas, identificadas por diferentes nomes, têm se expandido no Brasil, a partir da década de 80, entre outros: Confissão Positiva, Triunfalismo, Teologia da Prosperidade. Infelizmente, há uma demasiada busca, ênfase e valorização por sucesso, prosperidade financeira, saúde total e aquisição de bens.


  • ·        A ênfase nas bênçãos temporais gera membros de Igreja movidos por interesse próprio, que professam uma fé “utilitária”, que não sabem lidar com o sofrimento e as adversidades, imaturos e que consideram a vida cristã como um grande mercado de consumo. Infelizmente, estes comportamentos e crenças têm sido, muitas vezes, nutrido, gerado e incentivado por muitos pregadores e muitas denominações. Tendo em vista que oferecem o que as pessoas ambicionam e não tanto o que necessitam, segundo as Escrituras.


1.3. Classificação das bênçãos.
É muito importante entendermos que há bênçãos temporais (imóvel, salário, carro, status na sociedade, sucesso profissional, casamento, etc.) e eternas (salvação, comunhão com Deus e outras, que os discípulos de Cristo já desfrutam e continuarão sendo beneficiados quando ocorrer a glorificação). Há bênçãos que Deus concede, também, àqueles que não vivem em comunhão com Ele (Mt 5.45; At 14.17). Nos dois primeiros capítulos de Gênesis, por exemplo, a bênção é concedida a todas as pessoas e a todos os seres viventes de forma contínua, como se pode verificar no relato acerca de Sete e Noé (Gn 5.2; 9.1). Há bênçãos que foram concedidas e prometidas para Israel, como, por exemplo, a terra de Canaã (Gn 17.8). Porém, não há nenhuma base bíblica para a Igreja buscar a bênção geográfica e política neta terra, na presente época, como uma herança prometida por Deus.


  • ·        É preciso identificar e discernir as bênçãos de Deus à luz da Sua Palavra, considerando o contexto bíblico. Tal procedimento evitará decepções, frustrações e distorções de textos bíblicos. É nítido que as bênçãos destacadas no Antigo Testamento podem ser agrupadas em categorias, como: vida, saúde, prosperidade, abundância agrícola, segurança, fecundidade, entre outras (Dt 7.13-16; 28). Ou seja, mais aplicadas à vida neste mundo. No Novo Testamento, em relação à Igreja, já não encontramos estes destaques (Ef 1.3).


2. A bênção de Abraão e a Igreja.
Neste tópico analisaremos as bênçãos prometidas ao patriarca Abraão e como a Igreja é alcançada pelas bênçãos, sempre tendo em mente as Escrituras Sagradas. Portanto, não se trata do que a pessoa quer ou pensa, mas, sim, do que a Bíblia declara.

2.1. Identificando a bênção de Abraão.
Considerando a importância da bênção nas narrativas bíblicas acerca dos patriarcas (Gn 12 a 36), vejamos este aspecto a partir do momento em que Deus chamou e fez promessas a Abraão; tendo em mente o Plano de Deus para redimir a humanidade de seus pecados e restaurar a comunhão com o criador. Devemos sempre lembrar acerca dos propósitos de Deus em abençoar. No caso de Abraão, o Senhor se revelou a ele, O chamou e lhe fez promessas de bênçãos (Gn 12.1-3). Somente nos três primeiros versículos de Gênesis 12, a expressão hebraica “bãrak” (bênção) ocorre cinco vezes. Deus prometeu que faria dele uma grande nação, engrandeceria o seu nome e, por intermédio da sua descendência, abençoaria “todas as famílias da terra”.


  • ·        Interessante que, mesmo tendo grandíssimas promessas, Abraão não partiu movido por ambições materiais e financeiras, mas por fé e obediência (Hb 11.8-11, 13, 16). Foi um homem que soube lidar com riquezas e abundância, pois mantinha seu foco em Deus, no propósito redentor do Senhor (Jo 8.56) e na pátria celestial (Hb 11.16).


2.2. A bênção de Abraão e os propósitos de Deus.
A bênção prometida a Abraão não ficaria restrita a ele e à nação que estava para surgir (Israel), mas alcançaria toda a humanidade: “Abençoar-te-ei...e tu serás uma bênção” (Gn 12.2). Na versão da NTLH, encontramos: “e você será uma bênção para os outros” (Gn 12.2), e “E por meio de você eu abençoarei todos os povos do mundo” (Gn 12.3). Aprendemos com Abraão que, ao sermos abençoados, precisamos ter em mente a responsabilidade de sermos um canal de bênçãos na vida de outros. Mesmo distante e, às vezes, nem sequer conhecendo, podemos ser abençoadores, como por exemplo, através da contribuição financeira para a evangelização de outros povos.


  • ·        É preciso saber lidar com as bênçãos de Deus em nossas vidas. John Stott escreveu: “A atitude de Deus para com seu povo é positiva, construtiva e enriquecedora”. É preciso buscar as bênçãos querendo ser bênção. Outro que entendeu bem este princípio da teologia da bênção foi José. Ele percebeu que Deus o abençoou para que ele pudesse abençoar outros (Gn 45.5-8; 50.20).


2.3. A bênção de Abraão no Novo Testamento.
O apóstolo Paulo afirma em Gálatas 3.8 que a promessa de Deus em abençoar todas as nações por intermédio da descendência de Abraão foi um anúncio do Evangelho, isto é, de que todo aquele que crê também será abençoado (Gl 3.9). Com quais bênçãos? A bênção de ser aceito por Deus, da justificação e da retomada do relacionamento com Deus. Assim, a bênção de Abraão chega até nós por intermédio de Jesus Cristo (Gl 3.14).


  • ·        O propósito redentor de Deus ao chamar e abençoar Abraão é cumprido em Cristo Jesus. A bênção agora já não se trata de fazer uma grande nação ou da fertilidade da terra, mas receber o Espírito de Cristo prometido (Gl 3.14). É nítido nos textos do Novo Testamento que a ênfase acerca das bênçãos se volta para a categoria espiritual (Ef 1.3). Evidentemente, isto não significa que o Senhor Jesus não conceda bênçãos temporais à Sua Igreja. É só observarmos o que Cristo falou sobre o cuidado e a providência de Deus em suprir nossas necessidades básicas (Mt 6.25-33). Inclusive, há várias referências no Novo Testamento de pessoas ricas e influentes (Mt 27.57; At 4.36-37; ; 16.14; 1Tm 6.17-19; Fm 1).


3. Aspectos de uma vida abençoada.
Encerrando esta lição vejamos alguns aspectos presentes na vida do discípulo de Jesus que autenticam a ação abençoadora de Deus na vida dos Seus, bem como alguns propósitos revelados neste tempo da Nova Aliança, visando não confundir com o significado fundamental da bênção no Antigo Testamento (Hb 8.6-13).

3.1. Última ação de Jesus Cristo.
Encontramos em Lucas 20.50-51 o registro da última ação do Senhor antes de Sua ascenção: “...levantando as suas mãos, os abençoou...abençoando-os...foi elevado ao céu”. Refletindo em conjunto com Atos 1.8-9, onde diz que Jesus “foi elevado às alturas” quando transmitia a última mensagem, concluímos que, nos momentos finais do Senhor com os Seus, Ele deixou: promessa, missão, mensagem e bênção!


  • ·        Os discípulos foram tão impactados pela bênção e palavras transmitidas por Jesus, no momento da Sua ascenção, que O adoraram e retornaram (portanto, permaneceram juntos) para Jerusalém. Lá, expressaram grande júbilo e estavam sempre no templo, em constante louvor e oração. Notemos que o destaque recai sobre aspectos que são objetos de exortação em diversos textos das Escrituras Sagradas: adoração, comunhão, júbilo, perseverança e oração. Marcas de uma vida abençoada que está em Cristo Jesus!


3.2. A bênção do relacionamento com Deus.
O apóstolo Pedro, em sua pregação para a multidão que se reuniu após a cura do coxo, afirmou que a ressurreição de Jesus Cristo é o cumprimento da promessa feita por Deus a Abraão (At 3.25-26). A ressurreição de Jesus e Sua presença proporcionam à Igreja desfrutar das bênçãos de Deus (Mt 28.20)! Os textos de Atos 3.26 e 5.31 pontuam alguns dos propósitos de Deus em abençoar o Seu povo: que o Seu povo se desvie das suas maldades (At 3.26); e proporcionar oportunidade de arrependimento e perdão de pecados (At 5.31).


  • ·        Assim, podemos pensar: tenho sido abençoado? Estou em Jesus Cristo? Então esta realidade precisa resultar em relacionamento com Deus, para “louvor e glória da sua graça” (Ef 1.6). Interessante a relação que encontramos nos textos entre bênçãos e arrependimento (mudança). Que as bênçãos que temos recebido do Senhor sirvam para nos despertar quanto ao chamado de Deus ao arrependimento e comunhão com Ele.


3.3. Bênção e aprovação divina.
Como vimos, encontramos na Bíblia bênçãos que podem ser classificadas em diversas categorias. Considerando a associação que tem sido comum fazer entre bênçãos e aprovação divina, é importante enfatizar que tal relação é absoluta. Estejamos atentos, pois ode uma pessoa estar desfrutando de determinadas bênçãos não significa que, automaticamente, Deus está aprovando sua conduta. Há bênçãos que Deus concede visando mostrar o Seu cuidado e interesse. Isto não quer dizer que a vida da pessoa está de acordo com a Sua vontade (At 14.15-17).


  • ·        Deus também usa as bênçãos como Suas testemunhas: chuva, colheita, alimento, alegria, etc. Estamos percebendo o testemunho acerca de Deus por intermédio de Suas bênçãos? Estamos percebendo que as bênçãos de Deus em nossa vida visam tornar conhecido os caminhos e a salvação do Senhor até os confins da terra, como bem expressa o Salmo 67, o Salmo Missionário? Não deixemos de meditar em outros textos que irão contribuir na reflexão do presente tema: Mateus 6.19; Lucas 12.13-21; 18.22-24; 1Timóteo 6.6-10. Que desfrutemos das bênçãos temporais que o Bom Deus nos proporciona, sem abrir mão das bênçãos eternas.


Conclusão.
As bênçãos de Deus nos fazem prosperar (Pv 10.22). Porém, não podemos nos esquecer da nossa responsabilidade de sermos bênção na vida do próximo, de mantermos em mente as bênçãos a serem desfrutadas na eternidade e que nossa vida deve ser para a glória de Deus.

Questionário.
1. Qual é a primeira referência ao ato de Deus abençoar?
R: Gênesis 1.22.

2. Quantas vezes ocorre em Gênesis 12.1-3 a expressão hebraica “bãrak” (bênção)?
R: Cinco vezes (Gn 12.1-3).

3. Como a bênção de Abraão chega até nós?
R: Por intermédio de Jesus Cristo (Gl 3.14).

4. O que encontramos em Lucas 24.50-51?
R: O registro da última ação do Senhor antes da Sua ascenção (Lc 24.50-51).

5. O que a ressurreição de Jesus e Sua presença proporcionam à Igreja?
R: Desfrutar das bênçãos de Deus (Mt 28.20)!

Fonte: Revista de Escola Bíblica Dominical, Betel, Aperfeiçoamento Cristão – Propósito de Deus para o discípulo de Cristo. Adultos, edição do professor, Comentarista Pastor Marcos Sant’Anna da Silva 2º trimestre de 2018, ano 28, Nº 107, publicação trimestral.