Enquanto
seus advogados tentam colocar fim aos embates com o judiciário, o ex-presidente
deve se concentrar em manter viva a chama da militância
Lula: Seu
primeiro evento será o lançamento de sua candidatura à Presidência da República
em evento do PT no dia 21, em BH (Leonardo Benassatto/Reuters)
Se o ano político no Brasil começa apenas depois da
quarta-feira de cinzas, os olhares a partir de hoje estarão concentrados no
ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva.
Em janeiro, Lula foi condenado a 12 anos de prisão
em segunda instância e agora tenta manter vivo o direito de concorrer nos
tribunais superiores após a contratação do ex-ministro Sepúlveda Pertence como
seu advogado e o fim dos embates com o judiciário. Enquanto isso, Lula, líder
absoluto nas pesquisas, deve se concentrar em manter viva a chama da militância.
Seu primeiro evento será o lançamento de sua
candidatura à Presidência da República em evento do PT no dia 21, em Belo
Horizonte, capital de Minas Gerais.
O partido conta com a ajuda do presidente para
tentar a reeleição de Fernando Pimentel no governo do estado, além de anular um
antigo polo tucano no segundo maior colégio eleitoral do país.
De Minas, Lula parte para o Sul do Brasil, onde
fará carreata nos moldes de sua peregrinação pelo Nordeste. No dia 27 de fevereiro,
o petista vai a Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, onde haverá evento
partidário e encontro com o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica. Lula ainda
passa por Santa Maria, São Borja, Palmeira das Missões, Passo Fundo e Porto
Alegre.
No dia 3 de março, começa a subir pelo mapa e vai a
Florianópolis, em Santa Catarina. Passa por reunião com reitores e diretores do
estado e tem marcado um ato pela educação. Ainda em Santa Catarina, Lula passa
por Chapecó, onde visita agricultores, e São Miguel do Oeste.
Dia 5, Lula chega ao Paraná. Participa de eventos
com agricultores em Francisco Beltrão, Quedas do Iguaçu, Laranjeiras do Sul e
Pinhão. Dia 7, em Curitiba, haverá ato de encerramento da carreata pelo Sul.
Esta será a quarta caravana que Lula faz pelo
Brasil. A primeira passou por nove estados do Nordeste; a segunda, por Minas
Gerais e uma terceira, pelo Rio de Janeiro e Espírito Santo, todas em 2017.
Além da campanha presidencial, essa vez, o pano de
fundo da caravana será a série de depoimentos ao juiz federal Sergio Moro no
processo do Sítio de Atibaia. Se Lula conseguir ser candidato, certamente não
dará tempo para que as novas flechadas de Moro o atinjam.
Se não puder se eleger, porém, deve ter no processo
de Atibaia uma dor de cabeça ainda maior do que teve no caso do tríplex do
Guarujá. Neste caso, as caravanas não lhe são de grande serventia.
Fonte: exame abril