Exposição
excessiva à luz artificial após o pôr do sol favorece o surgimento desse tipo
de tumor em longo prazo, aponta estudo
Por Vand
Vieira, da Saúde
Câncer de mama: a
exposição crônica à luz artificial depois do entardecer bagunça nosso
ciclo circadiano
Você costuma deixar as luzes acesas durante a noite?
Pois uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade Harvard, nos
Estados Unidos, indica que tal comportamento não aumenta só o valor da conta de
energia.
Depois de avaliarem quase 110 mil mulheres, os experts
observaram que voluntárias de regiões com maior luminosidade noturna ou que
trabalhavam como enfermeiras ao longo da madrugada eram 14% mais propensas
ao câncer de
mama em comparação às demais participantes.
Os dados foram coletados de 1989 a 2013. Fatores de
risco relacionados ao câncer de mama foram incluídos no levantamento para
descartar eventuais confusões nos resultados.
Aliás, a associação entre luminosidade noturna e câncer
de mama só existiu naquelas que eram ou já foram fumantes ou na turma que
estava na pré-menopausa. Por quê? Não se sabe.
A principal hipótese para esse elo começa pelo fato de
que a exposição crônica à luz artificial depois do entardecer bagunça nosso
ciclo circadiano, o popular relógio biológico.
Como consequência, alteraria o nível e o funcionamento
de estrogênio e progesterona — os hormônios sexuais femininos. E sabe-se que
essas substâncias, em excesso, estão ligadas a tumores femininos.
“Investigações mais aprofundadas são necessárias para
que essa associação seja confirmada e, se for o caso, melhor compreendida”,
comentou, em comunicado à imprensa, o oncologista Stephen Stefani, do Hospital do
Câncer Mãe de Deus, no Rio Grande do Sul.
Vale destacar que as luzes artificiais não saem apenas
de postes ou lâmpadas na sala. O seu celular é uma fonte e tanto de
luminosidade — e pode, sim, destrambelhar o relógio biológico, principalmente
se você recorre a ele na cama, quando deveria estar dormindo.
Fonte: exame.abril.com.br