segunda-feira, 8 de maio de 2017

Telescópio Hubble divulga imagem inédita de aglomerado de galáxias



Direito de imagem NASA Image caption Abell 370 deforma o espaço em volta dele, o que faz do aglomerado um "telescópio natural"
Em sua mais recente missão, o telescópio espacial Hubble trouxe imagens nunca antes vistas de galáxias a 6 bilhões de anos luz de distância da Terra.
As imagens mostram o aglomerado de galáxias Abell 370 e foram feitas a partir da gravação de 630 horas de observação do telescópio sobre 560 órbitas da Terra. Seis aglomerados de galáxias foram vistos com detalhes inéditos, incluindo o Abell 370, que foi o último a ser estudado.
A missão faz parte do programa Frontier Fields, da agência espacial americana (NASA) e da agência espacial europeia (ESA), que usa aglomerados de galáxias gigantescos para estudar os mistérios da matéria escura e do início do Universo.
Localizado na constelação Cetus (também chamado de "monstro do mar"), o Abell 370 é composto por centenas de galáxias. 
Direito de imagem NASA Image caption Imagens do Abell mostram galáxias que datam da "infância" do Universo
Grandes aglomerados de galáxias podem, segundo a ESA, servir como "telescópios naturais", dando aos astrônomos a chance de ver de perto galáxias muito distantes e ter uma ideia de como era o Universo em seus primórdios, "apenas" algumas centenas de milhões de anos após o Big Bang.
"Isso nos ajudará a entender como as galáxias evoluíram durante o período em que o Universo era escuro, opaco, repleto de hidrogênio (...), a remontar a história da formação e crescimento das estrelas", dizem os responsáveis pelo programa Frontier Fields.
Direito de imagem NASA Image caption O telescópio espacial Hubble mergulhou em seis bilhões de anos luz para fazer as imagens
O programa diz ter realizado as observações mais aprofundadas já feitas de aglomerados de galáxias e das galáxias amplificadas atrás deles.
Até onde se sabe, galáxias como a Via Láctea são produzidas por uma combinação de matéria escura, que vão criando órbitas escuras, e formações de gás e estrelas que vão sendo afetados pela gravidade.
Nos anos 1980, astrônomos descobriram que um arco luminoso na parte esquerda da imagem do aglomerado é um fenômeno astrofísico: a imagem gravitacionalmente refletida de uma outra galáxia duas vezes mais distante do que o próprio aglomerado.
Agora, o Hubble mostrou que, na verdade, esse arco é composto de duas imagens distorcidas de uma galáxia em espiral que está logo atrás do aglomerado.


Direito de imagem NASA Image caption O telescópio Hubble, da NASA, fez missão para observar aglomerado de galáxias
O aglomerado Abell 370 foi o último a ser estudado no programa. Agora que as observações do Frontier Fields foram concluídas, os astrônomos podem usar esses dados para explorar melhor os aglomerados, seus efeitos gravitacionais e as galáxias amplificadas em detalhes.
Aglomerados de galáxias, considerados as maiores estruturas no universo, são sustentadas pela gravidade da matéria escura e formadas quando grupos menores de galáxias colidiram entre si dentro de colisões cósmicas ainda maiores. 
Fonte: BBC Brasil