Jo 3.27 Respondeu João: O homem não pode
receber coisa alguma, se não lhe for dada do céu.
As igrejas históricas do mundo todo têm
sido desafiadas
nestas últimas três décadas a dar
respostas às ênfases de um
movimento dentro das suas fileiras que
ficou conhecido como
"movimento de ‘batalha
espiritual’". O nome em si já sugere do que se trata: é um movimento cuja
ênfase maior é na luta da Igreja de Cristo contra Satanás e seus demônios,
conflito este de natureza espiritual, quanto aos métodos, armas, estratégias e objetivos.
Esse crescente interesse em círculos
evangélicos por Satanás, demônios, espíritos malignos, e o misterioso mundo dos
anjos, corresponde ao surto de misticismo atual, um interesse crescente no
mundo nos dias de hoje pelos anjos maus e bons, e pelo oculto. Mas não somente
no mundo, dentro da própria igreja cristã assistimos o crescimento vertiginoso
da busca pelo miraculoso e sobrenatural, na esteira do neopentecostalismo.
A busca do sobrenatural e
o neopentecostalismo
O neopentecostalismo é aqueles
movimentos surgidos em
décadas recentes, que são desdobramentos
do pentecostalismo
clássico do início do século, mas que
abandonaram algumas de
suas ênfases características e
adquiriram marcas próprias, como
ênfase em revelações diretas, curas,
batalha espiritual, e particularmente uma maneira de encarar a realidade
espiritual.
Esse movimento é caracterizado por uma
leitura das Escrituras e da realidade sempre em termos da ação sobrenatural de
Deus. Para o neopentecostal típico, Deus o guia na vida diária através de
impulsos, sonhos, visões, palavras proféticas, e dá soluções aos seus problemas
sempre de forma miraculosa, como libertações, livramentos, exorcismos e curas.
Como resultado do sobrenaturalismo neopentecostal, as igrejas reformadas por
ele afetadas tendem a considerar os meios naturais como sendo espiritualmente
inferiores.
Negligenciando o Ensino
Bíblico
As conseqüências desta maneira de ver a
realidade espiritual
são sérias para a área do conflito da
igreja contra as hostes das
trevas, pois a concebe apenas em termos
do sobrenatural,
negligenciando o ensino bíblico de que
Satanás procura atingir a
Igreja de Cristo através da carne e do mundo – meios que não são
necessariamente sobrenaturais.
Conquanto devamos dar as boas vindas a
todo e qualquer
movimento na Igreja que venha nos ajudar
a melhor nos preparar
para enfrentar os ataques das hostes
malignas contra a Igreja,
este movimento polêmico tem trazido
algumas preocupações
sérias a pastores, estudiosos e líderes
evangélicos no mundo todo,
não somente das igrejas evangélicas
históricas, como até mesmo
de igrejas pentecostais clássicas.
Existem várias razões para essa
preocupação. Uma delas é que o movimento, onde tem ganhado a adesão de pastores
e comunidades, tem produzido um tipo de cristianismo em que a atividade
satânica se tornou o centro e mesmo a razão de ser da existência destes
ministérios e igrejas. O que resulta é um cristianismo distorcido, deformado,
onde doutrinas como a salvação pela fé somente, mediante o sacrifício redentor,
único e expiatório de Cristo.
Libertação é o Foco
O fato é que o movimento de "batalha
espiritual" tem
produzido o surgimento de novas denominações cujo ministério principal é a
expulsão de demônios e a "libertação" de crentes e descrentes
da opressão demoníaca a todos os níveis (espiritual, moral e física, estrutural
e social). As idéias e práticas difundidas pelo movimento tem se infiltrado nas
igrejas históricas, cativando muitos dos seus pastores, obreiros e membros.
Nem Tudo é demônio
Quando todo tipo de mal que existe no
mundo, quer moral ou
circunstancial (como doença, dor,
desemprego, etc.) é atribuído
aos demônios, levanta-se a antiga
discussão acerca da origem dos
males e sofrimentos neste mundo
presente. E quando é dito que os
cristãos podem ser possuídos por um
espírito maligno (ou
demonizados), estamos de volta à soteriologia, ou seja, qual a
situação dos salvos diante dos ataques
de demônios – e entramos
também na cristologia, indagando qual a relação entre a obra
vitoriosa e consumada de Cristo e a
atividade satânica no
presente.
Quando procuramos entender os conceitos
da "batalha espiritual" a partir de princípios gerais que controlam
as diversas áreas abrangidas pelo tema, poderemos ter alguns trilhos sobre os quais
poderemos conduzir o assunto. No que se segue, procuro analisar quatro desses
princípios que têm importância fundamental para ele: a soberania de Deus, a
suficiência as Escrituras, a queda da raça humana e a suficiência da obra de Cristo.
O domínio Total de Deus
Mt 11.25 Naquele tempo falou
Jesus, dizendo: Graças te
dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste
estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos
pequeninos.
Mt 11.26 Sim, ó Pai, porque
assim foi do teu agrado.
A soberania
de Deus é ensinada no conceito de Reino de
Deus. Mas, é o conceito
bíblico do Reino de Deus que melhor
expressa a soberania de Deus sobre o
universo que formou.
O domínio de Deus se estende no presente
sobre as ações e vidas de
suas criaturas, sem que isso represente
uma intrusão na liberdade
delas em escolher e decidir moralmente.
Ao final, porém, a vontade do Rei prevalecerá sobre todas elas, sem que nenhuma
delas possa acusá-lo de determinista.
A Igreja sempre
reconheceu o ensino bíblico sobre esse ponto. Existe apenas um Deus
vivo e verdadeiro, que é um espírito puríssimo, infinito em seu ser e em seus
atributos, invisível, imutável,
amoroso, misericordioso, gracioso, paciente, imenso,n incompreensível,
Todo-Poderoso, santíssimo, livre e totalmente absoluto, fazendo todas as
coisas de acordo com sua santíssima vontade e de acordo com o seu querer justo e
imutável.
Debaixo da soberania
divina
Lc 4.6 E disse-lhe: Dar-te-ei
toda a autoridade e glória
destes reinos, porque me foi entregue, e a dou a quem
eu quiser;
Ef 6.12 pois não é contra carne
e sangue que temos que
lutar, mas sim contra os principados, contra as
potestades, conta os príncipes do mundo destas trevas,
contra as hostes espirituais da iniqüidade nas regiões
celestes.
O próprio Satanás
está debaixo da soberania divina. Embora
não esteja muito claro na Bíblia, a
Igreja cristã sempre entendeu
que Satanás foi originalmente um dos
anjos criados por Deus,
talvez um querubim de grande beleza e
poder, que desviou-se do
seu estado original de pureza e motivado
pela vaidade e pela
soberba, rebelou-se contra Deus,
desejando ele mesmo ocupar o
lugar da divindade (Isaías 14 e Ezequiel
28).
O ensino bíblico é claro. Satanás, mesmo
sendo um ser moral
responsável e retendo ainda poderes
inerentes aos anjos, nada
mais é que uma das criaturas de Deus, e
portanto, infinitamente
inferior a ele em glória, poder e domínio.
Mesmo que a Bíblia fale
do reino de Satanás e de seu domínio
nesse mundo e advirta os
crentes a que estejam alertas contra
suas ciladas, jamais lhe
atribui um poder independente de Deus,
ou liberdade plena para
cumprir planos próprios, ou capacidade
para frustrar os desígnios
do Senhor.
Autor do pecado e do mal
A soberania de
Deus o torna autor do pecado e do mal.
Muitas pessoas não conseguem entender
como Deus pode ser
soberano e ao mesmo tempo permitir que o
mal impere.
O Novo Testamento expõe de forma clara:
Cristo já reina,
mas ainda não liquidou literalmente
todos os seus inimigos, como
Satanás e a morte.
1Co 15.24 Então virá o fim quando
ele entregar o reino a
Deus o Pai, quando houver destruído todo domínio, e
toda autoridade e todo poder.
1Co 15.25 Pois é necessário que
ele reine até que haja
posto todos os inimigos debaixo de seus pés.
1Co 15.26 Ora, o último inimigo a
ser destruído é a
morte.
1Co 15.27 Pois se lê: Todas as
coisas sujeitou debaixo de
seus pés. Mas, quando diz: Todas as coisas lhe estão
sujeitas, claro está que se excetua aquele que lhe
sujeitou todas as coisas.
1Co 15.28 E, quando todas as
coisas lhe estiverem
sujeitas, então também o próprio Filho se sujeitará
àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus
seja tudo em todos.
Nos Evangelhos Satanás é representado
como sendo um inimigo
vencido. Os demônios são expulsos. Eles
se aproximam de Jesus,
não como negociadores em pé de
igualdade, mas como suplicantes. O reconhecimento da soberania de Deus tem
profundas implicações na vida do cristão. Em meio às dificuldades, provações,
sofrimento e adversidades da época presente, ele encontrará profundo conforto
em confiar no Deus que está em perfeito controle da situação, e que a seu tempo
e ao seu modo haverá de prover o que for necessário para o bem de seu filho.
Quando as pessoas perdem a soberania de
Deus de vista, acabam
por exagerar os poderes de Satanás e a
sua liberdade para fustigar
e afligir os crentes.
Conceitos pagãos sobre
demônios
Muita coisa ensinada pela "batalha
espiritual" assemelha-se à
sabedoria pagã sobre os espíritos maus,
como os conceitos de
"casa mau assombrada", quebra
de maldições. O conceito de
transferência de espíritos malignos para
crentes parece muito
mais um conceito pagão do que bíblico.
Soa como o conceito de
"mau olhado" da umbanda.
Há que acredite que família crente deve
consagrar ao Senhor
a casa onde moram, defende que pode
haver demônios morando
nela, se os moradores anteriores foram
ímpios, e recomenda que
os crentes façam uma operação de
limpeza, removendo todos os
traços de pecado, e expulsando os
demônios daquele lugar. A idéia
parece ter sido importada das religiões
pagãs, especialmente da
umbanda e do baixo espiritismo.
Os perigos que correm os cristãos que
adotam uma
demonologia ou uma visão de batalha
espiritual que vai além dos
Cuidado com a Ilusão
Pessoas que experimentam umas poucas
vezes a "vitória"
sobre o inimigo podem adquirir uma falsa
sensação de
superioridade, de orgulho ou a ilusão de
terem "poder".
Entretanto, a vitória pertence a Deus.
Devemos nos lembrar que a
maioria dos problemas que os cristãos
experimentam procedem de
suas próprias faltas, defeitos,
incoerências, idiossincrasias e
enfermidades espirituais. Não estou
negando que Satanás usa
essas coisas para prejudicar nossas
vidas, apenas destacando que
elas tem origem em nossa natureza
decaída.
Se porém permanecermos confiantes na exclusividade e na
suficiência do ensino da Escritura e
permanecermos firmes no que
ela nos ensina, poderemos entrar no
combate espiritual
perfeitamente equipados e tendo a
perspectiva correta do que está
acontecendo. Esse é um princípio
fundamental que devemos
manter a todo custo quanto ao tema da
batalha espiritual.
A condenação e o castigo
de Deus
As Escrituras declaram abertamente que
Deus, mesmo tendo
reservado para o futuro as penas eternas
merecidas pelos
pecadores impenitentes, aqui e agora já
impõe castigos temporais
aos mesmos. As Escrituras nos dão
inúmeros exemplos dos
castigos temporais de Deus sobre o
pecado do homem. A começar
com os castigos impostos ao primeiro
casal no Éden (Gn 3),
passando pelo dilúvio (Gênesis 6-8), a
confusão das línguas (Gn
10) e a destruição de Sodoma e Gomorra
(Gn 13-17), a Bíblia nos
deixa muito claro que, aqui e agora, no
presente tempo em que
vivemos, Deus está executando, mesmo que
parcialmente, juízos
sobre os homens pecadores. Esses juízos
por vezes tomam a
forma de flagelos físicos. Deus disse
por intermédio de Moisés que
castigaria os israelitas com toda sorte
de misérias temporais em
caso de desobediência.
A responsabilidade
pessoal de cada indivíduo
Muitos não desejam realmente renunciar
ao prazer que o
pecado lhes traz; outros são orgulhosos
demais para buscar ajuda;
outros se concentram em assuntos
secundários em vez de irem à
raiz do problema; e outros são
inconstantes: desejam mudar, mas
não ao ponto de renunciar àqueles
hábitos e sentimentos
familiares. É somente através de um
esforço espiritual constante
que poderemos nos libertar de padrões
rotineiros de pecado.
A combinação equilibrada entre o
reconhecimento de que
Satanás pode iludir as pessoas ao pecado
e a responsabilidade que
cada pessoa tem diante de Deus por se
deixar iludir e praticar a
iniquidade. Infelizmente, isso tem
faltado em muitas das
Devemos resistir ao
pecado
É importante observar que nem sempre é
fácil distinguir
entre os problemas comuns da vida e
ataques de espíritos
malignos. A dificuldade aumenta quando
descobrimos que a Bíblia
menciona que, além de Satanás, somos
ainda tentados pela carne,
pelo mundo e pelas circunstâncias
adversas dessa vida.
O mundo e o diabo completam o quadro, interagindo
entre si para criar situações de conflito, que são por vezes tão complexas, que
não conseguimos classificá-las claramente. Entendendo a batalha espiritual
somente em termos de ataques de espíritos malignos, muitos hoje têm
negligenciado o ensino bíblico acerca da necessidade de santificação,
disciplina espiritual e resistência moral contra as tentações, sejam elas da carne,
do mundo ou do diabo.
Se alguém está em Cristo
é uma nova criatura
2Co 5.17 Pelo que, se alguém
está em Cristo, nova
criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se
fez novo.
Seu ponto não é a transformação
psicológica e espiritual que
acontece com uma pessoa que está em
Cristo "é uma nova
pessoa" mas sua participação na
nova criação que já foi iniciada
por Deus em Cristo. O verso está dizendo
que se alguém está em
Cristo ele faz parte da nova criação, da
nova humanidade cujo
cabeça é Cristo, e desfruta de todos os
privilégios desse novo
tempo. O ensino bíblico
acerca da relação que o crente desfruta com
Deus precisa ser enfatizado em nossos
dias, particularmente as
suas implicações. A julgar por muito do
que é dito por defensores
do movimento de "batalha
espiritual" quanto à atuação e ao poder
dos espíritos malignos na vida dos
crentes, falta-lhes uma visão e
uma compreensão mais exata quanto ao
ensino do Novo Testamento sobre o ser nova criatura, ou melhor, nova criação bem
como quanto às implicações desse ensino para a "batalha espiritual".
A demonização de crentes
verdadeiros
Vejamos o conceito de que crentes
verdadeiros podem ser
demonizados. Ela tem se tornado tão
popular, que muitos artigos
de revistas teológicas especializadas em
aconselhamento, ao
tratar das características da
demonização, não fazem qualquer
distinção entre crentes e descrentes.
Mas, o que é
"demonização"? É importante entendermos
bem o que querem
dizer quando empregam esse termo. Há
quatro coisas que definem
bem esse conceito:
Demonização é
diferente de possessão demoníaca. Um cristão não
pode ficar possuído por um demônio, mas
pode ser
"demonizado". A expressão "possessão
demoníaca" e
mesmo "endemoninhamento", implica na posse por
parte de
Satanás da vida e do destino de uma
pessoa. Nesse caso, só há
duas opções: ou alguém está possuído por
um espírito maligno, ou
não está.
Demonização é um fenômeno
parcial
O ponto defendido é que existem graus diferentes em que uma
pessoa, mesmo um crente, está debaixo do
controle e influência
de Satanás. Daí a preferência pela
tradução "demonizado"
ou
"endemoninhado", pois expressa a idéia
de que uma pessoa,
mesmo um crente, pode ter alguma área de
sua vida debaixo do
controle parcial de um ou mais demônios,
sem necessariamente
estar "possesso" por eles.
Portanto, muitos defensores da
"batalha espiritual" negariam
que um crente pode ficar possesso
de um espírito imundo, mas afirmam que
ele pode ficar
"demonizado", isto é, com alguma área
de sua vida debaixo do
A demonização ocorre por
causas bem definidas
A pessoa cai vítima desta opressão
demoníaca por causa de
seus pecados, ou por causa dos pecados
de outros contra ela,
como por exemplo, a molestação sexual
durante a infância.
A "demonização" de um crente
verdadeiro pode ocorrer ainda
por vários outros motivos: o pecado de
seus antepassados, ódio, amargura e rebelião durante a infância, pecados
sexuais,
maldições e pragas rogadas por outros, e
envolvimento com o
ocultismo. O mesmo ocorre por causa de
maldições hereditárias. Qualquer que seja a causa, os demônios invadem a vida
das
pessoas e nelas habitam. No caso dos
crentes, eles permanecem
em constante conflito com o Espírito
Santo, que também habita
nos crentes.
Demonização e vida em
pecado andam juntas
O efeito da demonização de crentes ou
descrentes, é uma
vida em pecado, geralmente nas áreas de
práticas sexuais ilícitas,
ódio, mágoa, rancor, rebelião, sensação
de culpa, rejeição e
vergonha, atração ao ocultismo e ao
mundo dos espíritos. O
processo de demonização de um crente é
geralmente o seguinte: o
primeiro demônio invade a sua vida, e
abre as portas para que
outros venham. Se não forem detectados e
expulsos, permanecerão lá, habitando no crente, e gradativamente ganharão controle
sobre as sua emoções, até finalmente atingirem o centro de sua personalidade. Crentes
demonizados não poderão prosseguir sozinhos na vida cristã; precisam de ajuda
de alguém que expulse estas entidades de suas vidas.
Possessão demoníaca ou
demonização
Mt 4.24 Assim a sua fama correu
por toda a Síria; e
trouxeram-lhe todos os que padeciam, acometidos de
várias doenças e tormentos, os endemoninhados, os
lunáticos, e os paralíticos; e ele os curou.
Mudar a tradução de "possessão
demoníaca" para
"demonização"
não resolve o problema levantado pela
sugestão de que crentes
verdadeiros podem se tornar escravos de
demônios, mesmo que
seja em apenas algumas áreas morais da
sua vida.
Alguém "demonizado" está debaixo do controle
de um demônio.
Existe alguma área de sua vida, ou sua
vida toda, que está
possuída por aquela entidade. É
este o sentido da expressão.
A causa nunca é citada no Novo
Testamento. O efeito é que tais
pessoas estavam debaixo do controle
destes seres, que não
somente as afligiam, mas as haviam
privado da razão, às vezes da
saúde e do controle físico.
Os privilégios dos crentes
Ef 1.21 muito acima de todo
principado, e autoridade, e
poder, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só
neste século, mas também no vindouro;
Ef 1.22 e sujeitou todas as
coisas debaixo dos seus pés, e
para ser cabeça sobre todas as coisas o deu à igreja,
A Escritura ensina que o crente está assentado com Cristo nos
lugares celestiais, acima de todos os principados e potestades.
O crente está em Cristo, e Cristo nada
tem a ver com o maligno.
E, naturalmente, o diabo não toca os que
são de Cristo, pois o que
está no crente (o Espírito Santo) é
maior que os espíritos malignos
que habitam neste mundo.
1Jo 4.4 Filhinhos, vós sois de
Deus, e já os tendes
vencido; porque maior é aquele que está em vós do que
aquele que está no mundo.
A quebra de maldições
Esse ensinamento característico da
"batalha espiritual" tende
igualmente a minimizar a perfeição e a
eficácia da obra de Cristo
na vida do crente. Podemos resumir esse
conceito em quatro
pontos.
Os filhos pagam pelos
erros dos pais.
Os pecados, vícios, e pactos demoníacos
feitos pelos antepassados de um crente afetam negativamente a sua existência
presente. Maldições hereditárias são
aquelas que herdamos dos nossos pais e antepassados em decorrência desses erros
que eles cometeram. Este conceito procura basear-se em Êxodo 20.5, onde Deus
afirma que castiga a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta
geração.
A transmissão genética de
demônios.
Estudiosos chegam a sugerir que os
espíritos "familiares"
passam dos pais para os filhos através
dos genes. Dessa forma,
eles se perpetuam na família geração
após geração. Isso explicaria
porque determinadas famílias sofrem de
pecados ou tragédias
características em suas linhagens. Por
exemplo, famílias que
através dos séculos são marcadas por
casos e mais casos de
suicídios são vítimas de um
"espírito familiar" de suicídio, que
entrou na linhagem por algum motivo e só
sairá com a quebra da
maldição e a reparação do pecado que lhe
deu a oportunidade.
O poder abençoador e
amaldiçoador das palavras.
As pragas, maldições ou palavras más
proferidas diretamente contra nós no presente também têm o poder de nos tornar
infelizes, de perturbar nossas vidas. Maldições podem incluir frases dos nossos
pais como "menino, vai para o diabo que te carregue!". Através delas,
os demônios recebem autoridade para entrar em nossas vidas e torná-las em
miséria, dor e sofrimento.
A necessidade de quebrar
essas maldições.
Mesmo um verdadeiro crente pode deixar
de alcançar a plena
felicidade nesse mundo caso esteja
"amaldiçoado", isso é, debaixo
de alguma maldição. Caso não as quebre,
padecerá nas mãos dos
demônios, que recebem poder para
atormentá-lo através delas. O
processo consiste em localizar e
identificar estas maldições, e
anulá-las "em nome de Jesus".
A "quebra" destas maldições o
caminho para a libertação.
No caso de maldições hereditárias,
alguns aconselham que
se trace a árvore genealógica da nossa
família, procurando
identificar as pragas, maldições,
pecados e pactos com demônios
feitos por eles no passado, para depois
anulá-los, quebrando-os e
rejeitando-os em nome de Jesus.
Minimizaçao dos efeitos
da obra de Cristo
O apóstolo Paulo nos esclarece que o
escrito de dívida que
nos era contrário, a maldição da lei,
foi tornado sem qualquer
efeito sobre nós: Jesus o anulou na cruz
(Cl 2.13-15; Gl 3.13). Ou
seja, toda e qualquer condenação que
pesava sobre nós foi
removida completamente quando Cristo
pagou, de forma
suficiente e eficaz, nossa culpa diante
de Deus. Ora, se a obra de
Cristo no Calvário em nosso favor foi
poderosa o suficiente para
remover de sobre nós a própria maldição
da santa lei de Deus,
quanto mais qualquer coisa que poderia
ser usada por Satanás
para reivindicar direitos sobre nós,
inclusive pactos feitos com
entidades malignas, por nós, ou por
nossos pais, na nossa
ignorância.
Fomos resgatados pelo precioso sangue de
Cristo.
Quando vivemos à luz da gloriosa verdade
de que "se alguém
está em Cristo é nova criação" não
tememos pragas, maldições,
encostos, mau-olhado, "olho
gordo", despachos, trabalhos.
Igualmente vivemos seguros de que não
somos "amaldiçoados"
Conclusão
Embora reconheçamos que existe um
conflito se desenrolando no presente entre a Igreja e as hostes das trevas, temos
dúvidas de que o mesmo deva ser o ponto focal da reflexão da igreja de Cristo
em nossos dias, visto que está subordinado a muitos outros pontos mais
abrangentes e fundamentais.
A Igreja deve guiar-se pelos pontos mais centrais do
ensinamento
bíblico. Através deles colocará na perspectiva
correta qualquer
novo assunto que surja. A compreensão adequada dos
ensinamentos da "batalha espiritual: a
soberania de Deus, a
suficiência das Escrituras, a decadência da raça
humana e a
suficiência da obra de Cristo. Uma vez que esses
pontos sejam
firmemente defendidos e ensinados haverá pouco
espaço para que
os erros da "batalha espiritual".
Fontes:
Você
Está em Guerra!
Decadência
Doutrinária na Igreja Brasileira
Bênção e Maldição
A
Igreja e a Batalha Espiritual
Teologia do Novo Testamento