segunda-feira, 14 de novembro de 2016

ATRIBUTOS DE DEUS

1 Tm 6:15-16 "A qual a seu tempo mostrará o bem-aventurado, o único poderoso Senhor, Rei dos reis e Senhor dos senhores; aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver: ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém".
É absolutamente certo que Deus é honrado e desonrado pelos homens; não em Seu Ser essencial, mas em Seu caráter oficial. É igualmente certo que Deus tem sido "glorificado" pela criação, pela providência e pela redenção. Deus poderia ter continuado só, por toda a eternidade, sem dar a conhecer a Sua glória a qualquer criatura. Que o fizesse ou não, foi determinado unicamente por Sua própria vontade. Ele era perfeitamente bem-aventurado em si mesmo antes de ser chamada à existência a primeira criatura.
O Ser que aí é descrito deve ser reverenciado, cultuado, adorado. Ele é solitário em Sua majestade, único em Sua excelência, incomparável em Suas perfeições. Ele tudo sustenta, mas Ele mesmo é independente de tudo e de todos. Ele dá bens a todos, mas não é enriquecido por ninguém.
 Um Deus tal não pode ser encontrado mediante investigação; só pode ser conhecido como e quando revelado ao coração Espírito Santo, por meio da Palavra. É verdade que a criação manifesta um Criador com sua singular excelência.
O Deus das Escrituras só pode ser conhecido por aqueles a quem  Ele próprio Se dá a conhecer.
O intelecto não pode conhecer a Deus. "Deus é espí­rito..." (João 4:24) e, portanto, só pode ser conhecido espiri­tualmente. Mas o homem decaído não é espiritual; é carnal, Está morto para tudo que é espiritual.
E mister que o Espírito Santo brilhe em nossos cora­ções para dar-nos o "... conhecimento da gló­ria de Deus, na face de Jesus Cristo" (2 Coríntios 4:6).
E até mesmo esse conhecimento espiritual é apenas fragmentário.
A alma regenerada terá de crescer na graça e no conhecimento do Senhor  Jesus (2 Pedro 3:18).
A nossa principal oração e finalidade como cristãos deve ser que possamos "... andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus" (Colossenses 1:10).
OS PROPÓSITOS DE DEUS
O propósito ou determinação com respeito às coisas futuras. Usamos o singular, como o fazem as Escrituras (Romanos 8:28; Efésios 3:11), porque houve somente um ato de Sua mente infinita acerca das coisas futuras. Entre­tanto, nós falamos como se houvesse muitos, porque as nossas mentes só conseguem pensar em ciclos sucessivos, conforme sur­gem os pensamentos e as ocasiões, ou com referência a vários objetos do Seu decreto, os quais, sendo muitos, parecem-nos re­querer um propósito diferente para cada um deles. O entendi­mento infinito de Deus não avança passo a passo, ou de etapa a etapa. Suas obras são conhecidas desde a eternidade. 
Os decretos de Deus se relacionam com todas as coisas futuras, sem exceção: o que quer que seja feito no tempo, foi pré-ordenado antes de iniciar-se o tempo. 
O PROPÓSITO DA CRIAÇÃO HUMANA
Deus não decretou meramente criar o homem, colocá-lo na terra, e depois deixá-lo entregue à sua própria direção descontro­lada; antes, fixou todas as circunstâncias do destino dos indiví­duos, e todas as particularidades que a história da raça humana compreende, desde o seu início até o seu fim. Ele não decretou simplesmente o estabelecimento de leis gerais para o governo do mundo, mas dispôs a aplicação dessas leis a todos os casos par­ticulares.
As Escrituras afirmam que os crentes foram escolhidos em Cristo antes da fundação do mundo (Efésios 1:4) 
A ONISCIÊNCIA DE DEUS
Deus é onisciente. Ele sabe todas as coisas — todas as coisas possíveis, todas as coisas reais, todos os eventos, conhece todas as criaturas, todo o passado, presente e futuro. Conhece perfeita­mente todos os pormenores da vida de todos os seres que há no céu, na terra e no inferno. "... conhece o que está em tre­vas..." (Daniel 2:22). Nada escapa à Sua atenção, nada pode ser escondido dEle, não há nada que Ele esqueça! Bem podemos dizer com o salmista: "Tal ciência é para mim maravilhosíssima; tão alta que não a posso atingir" (Salmo 139:6). Seu conhecimen­to é perfeito. Ele jamais erra, nem muda, nem passa por alto coisa alguma.
"Tu conheces o meu assentar e o meu levantar: de longe entendes o meu pensamento. Cercas o meu andar, e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos. Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces" (Salmo 139:2-4).
A SUPREMACIA DE DEUS
Os homens imaginam que o que move a Deus são os senti­mentos, e não os princípios.
O Deus deste século vinte não se assemelha mais ao Soberano Supremo das Escrituras Sagradas é como a fosca chama de uma vela se assemelha à glória do sol do meio-dia.
O Deus de que se fala atualmente no púlpito comum, comentado na escola dominical em geral, mencionado na maior parte da lite­ratura religiosa da atualidade e pregado em muitas das conferên­cias bíblicas, assim chamadas, é uma ficção engendrada pelo ho­mem, uma invenção do sentimentalismo.
As Escrituras retratam vividamente a supremacia de Deus sobre as obras de Suas mãos. Toda matéria inanimada e todas as criaturas irracionais executam as ordens do seu Criador. Por Sua vontade dividiu-se o Mar Vermelho e suas águas se levantaram e ficaram eretas como paredes (Êxodo 14); e a terra abriu suas fauces e os rebeldes carregados de culpa foram tragados vivos pelo abismo (Números 14). À Sua ordem o sol se deteve (Josué 10), e, noutra ocasião, voltou atrás dez graus do relógio de Acaz (Isaías 38:8). Para exemplificar Sua supremacia, mandou corvos levarem alimento a Elias (1  Reis  17), fez o ferro flutuar (2 Reis 6:5), manteve mansos os leões quando Daniel foi lançado na cova des­sas feras, fez que o fogo não queimasse os três hebreus que foram arrojados às chamas da fornalha. Assim, "Tudo o que o Senhor quis, ele o fez nos céus e na terra, nos mares e em todos os abismos" (Salmo 135:6).

A SOBERANIA DE DEUS
Tudo que o Senhor quis, ele o fez, nos céus e na terra, nos mares e em todos os abismos (Salmo 135:6). Sem rival em majestade, ilimitado em poder, imune de tudo quanto lhe é alheio. Mas estamos vivendo dias em que até mesmo os mais "ortodoxos" parecem ter medo de admitir em termos pró­prios a deidade de Deus. Dizem que acentuar a soberania de Deus exclui a responsabilidade humana quando, na verdade, a responsabilidade humana baseia-se na soberania divina e desta é  resultado.
Assim também Deus colocou soberanamente Adão no jardim do Éden num estado condicional, Se Lhe aprouvesse, tê-lo-ia colo­cado num estado incondicional; poderia tê-lo colocado numa po­sição tão firme como a dos anjos que não caíram, posição tão segura e imutável como a dos santos em Cristo. Em vez disso, porém, preferiu colocá-lo no Éden sobre a base da responsabili­dade como criatura, de modo que permanecesse ou caísse con­forme correspondesse ou não à sua responsabilidade — de obe­diência ao seu Criador. Adão foi feito responsável a Deus pela lei que o Criador lhe deu. Responsabilidade existia aí no jardim, responsabilidade intacta, submetida à prova sob as mais favoráveis condições.
Muitos têm dito tolamente que é de todo impossível mostrar onde termina a soberania divina e começa a responsabi­lidade da criatura. A responsabilidade da criatura começa aqui: na ordenação soberana do Criador. Quanto à Sua soberania, não há e nunca haverá nenhum "fim" para ela!
A IMUTABILÍDADE DE DEUS
Ele é eternamente o "... Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação" (Tiago  1:17).
Deus é imutável em Sua essência. Sua natureza e seu ser são infinitos  e,  assim,  são sujeitos a mutação alguma, jamais houve tempo quando Ele não era; jamais virá tempo quando Ele deixará de ser. Deus não evoluiu, nem cresceu, nem melhorou. Tudo que Ele é hoje, sempre foi e sempre será. Ele não pode mudar para melhor, pois já é perfeito; e, sendo perfeito, não pode mudar para pior. Completamente imune de tudo quanto Lhe é alheio, é impossível melhoramento ou deterioração. Ele é perpetuamente o mesmo. Somente Ele pode dizei "EU SOU O QUE SOU" (Êxodo 3:14). 
A SANTIDADE DE DEUS
Justo é o Senhor em todos os seus caminhos, e santo em todas as suas obras" (Salmo 145:17)  
Desde que Deus é santo, Ele odeia todo e qualquer pecado. Ele ama tudo quanto está em conformidade com as Suas leis, e detesta tudo que lhes é contrário.
Visto que Deus é santo, devemos querer amoldar-nos a Ele. Seu mandamento é: “sede santos, porque eu sou santo"  (1 Pedro 1:16). Deus é a origem e a fonte da santidade, busquemos zelosamente dEIe a santidade; seja a nossa oração diária no sentido de que Ele nos "...  santifique em tudo ... "; e todo o nosso  "espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vin­da de nosso Senhor Jesus Cristo" (I  Tessalonicenses  5:23),
O PODER DE DEUS
O poder de Deus é aquela capacidade e força pela qual Ele pode realizar tudo que Lhe agrade, tudo que a Sua sabedoria dirija, e tudo que a infinita pureza da Sua vontade resolva. O poder de Deus é como Ele mesmo: infinito, eterno, incompreensível; não" pode ser re­freado, nem restringido, nem frustrado.
O poder de Deus é como Ele mesmo, auto-existente, auto-sustentado.
O mais poderoso dos homens não pode acrescentar sequer uma sombra de poder ao Onipotente.  Há infinitamente mais poder abri­gado na natureza de Deus do que o expresso em todas as Suas obras.
Nada pode ser comparado ao poder Deus!
A FIDELIDADE DE DEUS
Dt 7:9 "Saberás, pois, que o Senhor teu Deus é Deus, o Deus fiel...".
A fidelidade ê uma das gloriosas perfeições do Seu ser, É como se Ele estivesse vestido com esta perfeição;
Sl 89;8 "0 Se­nhor, Deus dos Exércitos, quem é forte como tu, Senhor, com a tua fidelidade ao redor de ti?!" .
Assim também, quando Deus Se encarnou, foi dito: "E a justiça será o cinto dos seus lombos, e a verdade o cinto dos seus rins" (Isaías 11:5).
Deus é verdadeiro. Sua Palavra de promessa ê certa. Em todas as Suas relações com o Seu povo, Deus é fieL Pode-se con­fiar nEle, com segurança, Nunca houve alguém que tivesse con­fiado nEle em vão.
Quando andar em trevas, e não tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor, e firme-se sobre o seu Deus".
A percepção desta verdade gera crescente confiança em Deus.
1 Pedro 4:19 "Portanto também os que padecem segundo a vontade de Deus encomendem-lhe as suas almas como ao fiel Criador, fazendo o bem”.
Quando confiantemente nos re­signarmos e deixarmos todos os nossos interesses nas mãos de Deus, plenamente persuadidos do Seu amor e fidelidade, tanto mais depressa ficaremos satisfeitos com as Suas providências e compreenderemos que "ele tudo faz bem”.
A BONDADE DE DEUS
 Sal­mo 119:68 Deus tem em Si mesmo um infinito e inexaurível tesouro de todas as bênçãos, capaz de encher todas as coisas.
E a bondade de Deus não se limita ao homem; é exercida em favor de todas as Suas criaturas. Vê-se a bondade de Deus na variedade de prazeres naturais que Ele providenciou para as Suas criaturas. Deus poderia ter-Se satisfeito em saciar a nossa fome sem que os alimentos fossem agradáveis ao nosso paladar — como Sua benignidade transparece-nos diversos sabores de que Ele revestiu os diferentes tipos de carne, vegetais e frutas! Deus não nos deu somente os sentidos, mas também nos deu aquilo que os agrada; e isso também revela a Sua bondade.
Salmo 145:9 "O Senhor é bom para todos, e as suas ternas misericórdias são sobre todas as suas obras".
A bondade de Deus foi mais visível quando Ele enviou o Seu Filho, pra morrer pelos nossos pecados.
A bondade de Deus é o sustentáculo da confiança do crente, É esta excelência de Deus que exerce mais atração sobre os nos­sos corações. Visto que a Sua bondade dura para sempre, jamais deveríamos ficar desanimados.
Naum 1:7 "O Senhor é bom, uma fortaleza no dia da angústia, e conhece os que confiam nele". 
A GRAÇA DE DEUS
A graça é a única fonte da qual fluem a boa vontade, o amor e a salvação de Deus para o Seu povo escolhido. É o livre, absoluto e eterno favor de Deus, manifesto na concessão de bênçãos espirituais e eternas a culpados e indignos.
A graça divina é o soberano e salvador favor de Deus exercido na dádiva de bênçãos a pessoas que não têm em si mérito nenhum, e pelas quais não se exige delas nenhuma compensação.
É soberana, porque Deus a exerce em favor daqueles a quem Lhe apraz, e a estes a concede:
Deus, o Filho, é o único canal da graça. O evangelho é o divulgador da graça. O Espírito é o doador. Ele aplica o evangelho com poder salvador à alma vivificando os eleitos enquanto ainda mortos, dominando as suas von­tades rebeldes, amolecendo os seus duros corações,  abrindo-lhes os olhos da sua cegueira, limpando-os da lepra do pecado 
 
A MISERICÓRDIA DE DEUS
Sl 136-1 "Louvai ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua begnidade (ou misericórdia) dura para sempre".
A misericórdia de Deus tem sua origem na bon­dade divina. O primeiro fruto da bondade de Deus é Sua benigni­dade ou generosidade, pela qual Ele dá liberalmente a Suas criaturas como criaturas; assim deu Ele o ser e a vida a todas as coisas. O segundo fruto da bondade de Deus é Sua misericór­dia, que denota a pronta inclinação de Deus para aliviar a miséria das criaturas caídas. Assim, "misericórdia" pressupõe pecado.
 (Hebreus 1:14). Isso é graça abundante para com eles, mas "misericórdia" não é.
As riquezas da miseri­córdia transcendem os nossos mais elevados pensamentos. "Pois quanto o céu está elevado acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem" (Salmo 103:11). Nin­guém pode medi-la. 
O AMOR DE DEUS
O amor não é meramente um dos Seus atributos, mas sim Sua própria natureza,
Muitos hoje falam do amor de Deus, mas são completamente alheios ao Deus de amor. 
Quanto melhor conheçamos o Seu amor — sua natureza, sua plenitude, sua bem-aventurança — mais os nossos corações serão impelidos a amá-1o.
1.   É imune de influência alheia.
Queremos dizer com isso que não há nada nos objetos do Seu amor que possa colocá-lo em ação, e não há- nada na criatura que possa atraí-lo ou impulsioná-lo.
2.   É eterno.
Necessariamente, Deus é eterno, e Deus é amor; portanto, como Deus não teve princípio, Seu amor também não teve.
Ele é Deus, e é "amor", então é igualmente certo que "de eternidade a eternidade" Ele ama a Seu povo.
3.   É soberano.
Isso também é evidente em si mesmo. Deus é soberano, não deve
obrigação a ninguém; Ele é Sua própria lei e age sempre de acordo com a Sua vontade dominadora. Assim, pois, se Deus é soberano e é amor, infere-se necessariamente que o Seu amor é soberano.
4.   É infinito.
Em Deus tudo é infinito. Sua essência enche os céus e a terra. Sua sabedoria não sofre nenhuma limitação. Seu poder é ilimitado, pois não há nada difícil demais para Ele. Assim, o Seu amor é sem limite
5.   E imutável.
Como em Deus ".não há mudança nem sombra de variação" (Tiago 1:17),
assim o Seu amor não conhe­ce mudança nem diminuição.
6.   É santo.
O amor de Deus não é regulado por capricho, paixão ou sentimento, mas por princípio. Exatamente como a Sua graça reina, não às suas expensas, mas "pela justiça" (Rm 5:21), assim o Seu amor nunca entra em conflito com a Sua san­tidade.
7.   É pleno de graça.
O Calvário é a suprema demonstração do amor divino.
As bênçãos espirituais são os principais dons do amor divino. Que bênção saber que, ao passo que o mundo nos odeia, Deus nos ama!
CONTEMPLANDO A DEUS
As Escrituras declaram que então veremos "face a face" e conheceremos como somos conhecidos (1 Coríntios 13:12), mas inferir disto que conheceremos então a Deus tão completamente como Ele nos conhece é deixar-nos iludir pelos simples sons das palavras e não atentar para a restrição delas, restrição que o assunto exige necessariamente. Há uma imensa diferença entre serem glorificados os santos e serem eles divinizados. No seu estado glorificado, os cristãos continuarão sendo cria­turas finitas, e, portanto, nunca serão capazes de compreender plenamente o Deus infinito.
          Deus é justo e bom, e sempre faz o que é reto. Ele exerce o Seu domínio de acordo com o beneplácito da Sua vontade soberana e justa. Atribui a cada criatura o lugar que aos Seus olhos parece bom.
Tem misericórdia de quem Ele quer ter misericórdia, e endurece a quem Lhe apraz. Onde quer que estejamos, Seus olhos estão sobre nós. Para o cristão, Ele é um Pai amoroso e gentil; para o pecador rebelde, Ele continuará sendo fogo consumidor. "Ora ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus seja honra e glória para todo o sempre. Amém" (1 Timóteo 1:17).
Fontes:

Os Atributos de Deus - A. W. Pink

Bíblia de Estudo Pentecostal
Bíblia Digital