1 Tm
6:15-16 "A qual a seu tempo mostrará o bem-aventurado, o único
poderoso Senhor, Rei dos reis e Senhor dos senhores; aquele que tem, ele só, a
imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem
pode ver: ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém".
É absolutamente
certo que Deus é honrado e desonrado pelos homens; não em Seu Ser essencial,
mas em Seu caráter oficial. É igualmente certo que Deus tem sido "glorificado"
pela criação, pela providência e pela redenção. Deus poderia ter continuado só,
por toda a eternidade, sem dar a conhecer a Sua glória a qualquer criatura. Que o fizesse ou
não, foi determinado unicamente por Sua própria vontade. Ele era perfeitamente
bem-aventurado em si mesmo antes de ser chamada à existência a primeira criatura.
O Ser que aí é
descrito deve ser reverenciado, cultuado, adorado. Ele é solitário em Sua
majestade, único em Sua excelência, incomparável em Suas perfeições. Ele tudo
sustenta, mas Ele mesmo é independente de tudo e de todos. Ele dá bens a todos,
mas não é enriquecido por ninguém.
Um Deus tal não pode ser encontrado mediante
investigação; só pode ser conhecido como e quando revelado ao coração
Espírito Santo, por meio da Palavra. É verdade que a criação manifesta
um Criador com sua singular excelência.
O Deus
das Escrituras só pode ser conhecido por aqueles a quem Ele próprio Se dá a conhecer.
O intelecto não
pode conhecer a Deus. "Deus é espírito..." (João 4:24) e, portanto,
só pode ser conhecido espiritualmente. Mas o homem decaído não é espiritual; é
carnal, Está morto para tudo que é espiritual.
E mister
que o Espírito Santo brilhe em nossos corações para dar-nos o "...
conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo" (2 Coríntios
4:6).
E até mesmo esse conhecimento
espiritual é apenas fragmentário.
A alma
regenerada terá de crescer na
graça e no conhecimento do Senhor Jesus
(2 Pedro 3:18).
A nossa principal
oração e finalidade como cristãos deve ser que possamos "... andar dignamente
diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e crescendo
no conhecimento de Deus" (Colossenses 1:10).
OS PROPÓSITOS DE DEUS
O propósito ou
determinação com respeito às coisas futuras. Usamos o singular, como o fazem as
Escrituras (Romanos 8:28; Efésios 3:11), porque houve somente um ato de Sua
mente infinita acerca das coisas futuras. Entretanto, nós falamos como
se houvesse muitos, porque as nossas mentes só conseguem pensar em ciclos sucessivos,
conforme surgem os pensamentos e as ocasiões, ou com referência a vários objetos
do Seu decreto, os quais, sendo muitos, parecem-nos requerer um propósito
diferente para cada um deles. O entendimento infinito de Deus não avança passo
a passo, ou de etapa a etapa. Suas obras são conhecidas desde a eternidade.
Os
decretos de Deus se relacionam com todas as coisas futuras, sem exceção: o que
quer que seja feito no tempo, foi pré-ordenado antes de iniciar-se o tempo.
O
PROPÓSITO DA CRIAÇÃO HUMANA
Deus não decretou
meramente criar o homem, colocá-lo na terra, e depois deixá-lo entregue à sua
própria direção descontrolada; antes, fixou todas as circunstâncias do destino
dos indivíduos, e todas as particularidades que a história da raça humana
compreende, desde o seu início até o seu fim. Ele não decretou simplesmente o
estabelecimento de leis gerais para o governo do mundo, mas dispôs a aplicação
dessas leis a todos os casos particulares.
As
Escrituras afirmam que os crentes foram escolhidos em Cristo antes da fundação
do mundo (Efésios 1:4)
A ONISCIÊNCIA DE DEUS
Deus é onisciente.
Ele sabe todas as coisas — todas as coisas possíveis, todas as coisas reais,
todos os eventos, conhece todas as criaturas, todo o passado, presente e
futuro. Conhece perfeitamente todos os pormenores da vida de todos os seres
que há no céu, na terra e no inferno. "... conhece o que está em trevas..."
(Daniel 2:22). Nada escapa à Sua atenção, nada pode ser escondido dEle, não há
nada que Ele esqueça! Bem podemos dizer com o salmista: "Tal ciência é
para mim maravilhosíssima; tão alta que não a posso atingir" (Salmo
139:6). Seu conhecimento é perfeito. Ele jamais erra, nem muda, nem passa por
alto coisa alguma.
"Tu
conheces o meu assentar e o meu levantar: de longe entendes o meu pensamento.
Cercas o meu andar, e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos. Sem que
haja uma palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces" (Salmo
139:2-4).
A SUPREMACIA DE DEUS
Os homens imaginam
que o que move a Deus são os sentimentos, e não os princípios.
O Deus deste
século vinte não se assemelha mais ao Soberano Supremo das Escrituras Sagradas é
como a fosca chama de uma vela se assemelha à glória do sol do meio-dia.
O Deus de
que se fala atualmente no púlpito comum, comentado na escola dominical em
geral, mencionado na maior parte da literatura religiosa da atualidade e
pregado em muitas das conferências bíblicas, assim chamadas, é uma ficção
engendrada pelo homem, uma invenção do sentimentalismo.
As
Escrituras retratam vividamente a supremacia de Deus sobre as obras de Suas
mãos. Toda matéria inanimada e todas as criaturas irracionais executam as
ordens do seu Criador. Por Sua vontade dividiu-se o Mar Vermelho e suas águas
se levantaram e ficaram eretas como paredes (Êxodo 14); e a terra abriu suas
fauces e os rebeldes carregados de culpa foram tragados vivos pelo abismo
(Números 14). À Sua ordem o sol se deteve (Josué 10), e, noutra ocasião, voltou
atrás dez graus do relógio de Acaz (Isaías 38:8). Para exemplificar Sua
supremacia, mandou corvos levarem alimento a Elias (1 Reis
17), fez o ferro flutuar (2 Reis 6:5), manteve mansos os leões quando
Daniel foi lançado na cova dessas feras, fez que o fogo não queimasse os três
hebreus que foram arrojados às chamas da fornalha. Assim, "Tudo o que o
Senhor quis, ele o fez nos céus e na terra, nos mares e em todos os abismos"
(Salmo 135:6).
A SOBERANIA DE DEUS
Tudo que o Senhor
quis, ele o fez, nos céus e na terra, nos mares e em todos os abismos (Salmo
135:6).
Sem rival em majestade, ilimitado em poder, imune de tudo quanto lhe é alheio.
Mas estamos vivendo dias em que até mesmo os mais "ortodoxos" parecem
ter medo de admitir em termos próprios a deidade de Deus. Dizem que acentuar a
soberania de Deus exclui a responsabilidade humana quando, na verdade, a
responsabilidade humana baseia-se na soberania divina e desta é resultado.
Assim
também Deus colocou soberanamente Adão no jardim do Éden num estado condicional,
Se Lhe aprouvesse, tê-lo-ia colocado num estado incondicional; poderia
tê-lo colocado numa posição tão firme como a dos anjos que não caíram, posição
tão segura e imutável como a dos santos em Cristo. Em vez disso, porém,
preferiu colocá-lo no Éden sobre a base da responsabilidade como criatura, de
modo que permanecesse ou caísse conforme correspondesse ou não à sua
responsabilidade — de obediência ao seu Criador. Adão foi feito responsável a
Deus pela lei que o Criador lhe deu. Responsabilidade existia aí no jardim,
responsabilidade intacta, submetida à prova sob as mais favoráveis condições.
Muitos
têm dito tolamente que é de todo impossível mostrar onde termina a soberania
divina e começa a responsabilidade da criatura. A responsabilidade da criatura
começa aqui: na ordenação soberana do Criador. Quanto à Sua soberania,
não há e nunca haverá nenhum "fim" para ela!
A IMUTABILÍDADE DE DEUS
Ele é
eternamente o "... Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação"
(Tiago 1:17).
Deus é imutável em
Sua essência. Sua natureza e seu ser são infinitos e,
assim, são sujeitos a mutação alguma,
jamais houve tempo quando Ele não era; jamais virá tempo quando Ele deixará de
ser. Deus não evoluiu, nem cresceu, nem melhorou. Tudo que Ele é hoje, sempre
foi e sempre será. Ele não pode mudar para melhor, pois já é perfeito; e, sendo
perfeito, não pode mudar para pior. Completamente imune de tudo quanto Lhe é
alheio, é impossível melhoramento ou deterioração. Ele é perpetuamente o mesmo.
Somente Ele pode dizei "EU SOU O QUE SOU" (Êxodo 3:14).
A SANTIDADE DE DEUS
Justo é o Senhor em
todos os seus caminhos, e santo em todas as suas obras" (Salmo 145:17)
Desde
que Deus é santo, Ele odeia todo e qualquer pecado. Ele ama tudo quanto
está em conformidade com as Suas leis, e detesta tudo que lhes é contrário.
Visto
que Deus é santo, devemos querer amoldar-nos a Ele. Seu mandamento é: “sede
santos, porque eu sou santo" (1
Pedro 1:16). Deus é a origem e a fonte da santidade, busquemos
zelosamente dEIe a santidade; seja a nossa oração diária no sentido de que Ele
nos "... santifique em tudo ... "; e todo o nosso "espírito, e alma, e corpo, sejam
plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus
Cristo" (I Tessalonicenses 5:23),
O PODER DE DEUS
O poder de Deus é
aquela capacidade e força pela qual Ele pode realizar tudo que Lhe agrade, tudo
que a Sua sabedoria dirija, e tudo que a infinita pureza da Sua vontade
resolva. O poder de Deus é como Ele mesmo: infinito, eterno, incompreensível;
não" pode ser refreado, nem restringido, nem frustrado.
O poder de Deus é
como Ele mesmo, auto-existente, auto-sustentado.
O mais poderoso dos
homens não pode acrescentar sequer uma sombra de poder ao Onipotente. Há infinitamente mais poder abrigado na
natureza de Deus do que o expresso em todas as Suas obras.
Nada
pode ser comparado ao poder Deus!
A FIDELIDADE DE DEUS
Dt
7:9 "Saberás,
pois, que o Senhor teu Deus é Deus, o Deus fiel...".
A fidelidade ê uma
das gloriosas perfeições do Seu ser, É como se Ele estivesse vestido com esta
perfeição;
Sl
89;8 "0
Senhor, Deus dos Exércitos, quem é forte como tu, Senhor, com a tua fidelidade
ao redor de ti?!" .
Assim também,
quando Deus Se encarnou, foi dito: "E a justiça será o cinto dos seus
lombos, e a verdade o cinto dos seus rins" (Isaías 11:5).
Deus é
verdadeiro. Sua Palavra de promessa ê certa. Em todas as Suas relações
com o Seu povo, Deus é fieL Pode-se confiar nEle, com segurança, Nunca houve
alguém que tivesse confiado nEle em vão.
Quando andar em
trevas, e não tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor, e firme-se sobre
o seu Deus".
A percepção desta
verdade gera crescente confiança em Deus.
1
Pedro 4:19 "Portanto também os que padecem segundo a vontade
de Deus encomendem-lhe as suas almas como ao fiel Criador, fazendo o bem”.
Quando
confiantemente nos resignarmos e deixarmos todos os nossos interesses nas mãos
de Deus, plenamente persuadidos do Seu amor e fidelidade, tanto mais depressa
ficaremos satisfeitos com as Suas providências e compreenderemos que "ele tudo
faz bem”.
A BONDADE DE DEUS
Salmo 119:68
Deus tem em Si mesmo um infinito e inexaurível tesouro de todas as bênçãos,
capaz de encher todas as coisas.
E a
bondade de Deus não se limita ao homem; é exercida em favor de todas as Suas
criaturas. Vê-se a bondade de Deus na variedade de prazeres naturais que Ele
providenciou para as Suas criaturas. Deus poderia ter-Se satisfeito em saciar a
nossa fome sem que os alimentos fossem agradáveis ao nosso paladar — como Sua
benignidade transparece-nos diversos sabores de que Ele revestiu os diferentes
tipos de carne, vegetais e frutas! Deus não nos deu somente os sentidos, mas
também nos deu aquilo que os agrada; e isso também revela a Sua bondade.
Salmo
145:9 "O Senhor é bom para todos, e as suas ternas
misericórdias são sobre todas as suas obras".
A bondade de Deus
foi mais visível quando Ele enviou o Seu Filho, pra morrer pelos nossos pecados.
A bondade de Deus é
o sustentáculo da confiança do crente, É esta excelência de Deus que exerce
mais atração sobre os nossos corações. Visto que a Sua bondade dura para
sempre, jamais deveríamos ficar desanimados.
Naum
1:7 "O Senhor é bom, uma fortaleza no dia
da angústia, e conhece os que confiam nele".
A GRAÇA DE DEUS
A graça é a única
fonte da qual fluem a boa vontade, o amor e a salvação de Deus para o Seu povo
escolhido. É o livre, absoluto e eterno favor de Deus, manifesto na concessão
de bênçãos espirituais e eternas a culpados e indignos.
A graça divina é o
soberano e salvador favor de Deus exercido na dádiva de bênçãos a pessoas que
não têm em si mérito nenhum, e pelas quais não se exige delas nenhuma
compensação.
É soberana, porque Deus a exerce em favor daqueles a quem Lhe
apraz, e a estes a concede:
Deus,
o Filho, é o único canal da graça. O evangelho é o divulgador da graça. O
Espírito é o doador. Ele aplica o evangelho com poder salvador à alma vivificando
os eleitos enquanto ainda mortos, dominando as suas vontades rebeldes,
amolecendo os seus duros corações,
abrindo-lhes os olhos da sua cegueira, limpando-os da lepra do
pecado
A MISERICÓRDIA DE DEUS
Sl
136-1 "Louvai
ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua begnidade (ou misericórdia) dura para
sempre".
A misericórdia de
Deus tem sua origem na bondade divina. O primeiro fruto da bondade de Deus é
Sua benignidade ou generosidade, pela qual Ele dá liberalmente a Suas
criaturas como criaturas; assim deu Ele o ser e a vida a todas as coisas. O
segundo fruto da bondade de Deus é Sua misericórdia, que denota a pronta
inclinação de Deus para aliviar a miséria das criaturas caídas. Assim,
"misericórdia" pressupõe pecado.
(Hebreus 1:14). Isso é graça abundante
para com eles, mas "misericórdia" não é.
As riquezas da
misericórdia transcendem os nossos mais elevados pensamentos. "Pois
quanto o céu está elevado acima da terra, assim é grande a sua misericórdia
para com os que o temem" (Salmo 103:11). Ninguém pode medi-la.
O AMOR DE DEUS
O amor não é
meramente um dos Seus atributos, mas sim Sua própria natureza,
Muitos hoje falam
do amor de Deus, mas são completamente alheios ao Deus de amor.
Quanto melhor
conheçamos o Seu amor — sua natureza, sua plenitude, sua bem-aventurança — mais
os nossos corações serão impelidos a amá-1o.
1.
É
imune de influência alheia.
Queremos dizer com
isso que não há nada nos objetos do Seu amor que possa colocá-lo em ação, e não
há- nada na criatura que possa atraí-lo ou impulsioná-lo.
2.
É
eterno.
Necessariamente,
Deus é eterno, e Deus é amor; portanto, como Deus não teve princípio, Seu amor
também não teve.
Ele é Deus, e é "amor", então é igualmente
certo que "de eternidade a eternidade" Ele ama a Seu povo.
3. É soberano.
Isso também é
evidente em si mesmo. Deus é soberano, não deve
obrigação a
ninguém; Ele é Sua própria lei e age sempre de acordo com a Sua vontade
dominadora. Assim, pois, se Deus é soberano e é amor, infere-se necessariamente
que o Seu amor é soberano.
4. É infinito.
Em Deus tudo é
infinito. Sua essência enche os céus e a terra. Sua sabedoria não
sofre nenhuma limitação. Seu poder é ilimitado, pois não há nada difícil
demais para Ele. Assim, o Seu amor é sem limite
5. E imutável.
Como em Deus ".não
há mudança nem sombra de variação" (Tiago 1:17),
assim o Seu amor
não conhece mudança nem diminuição.
6. É santo.
O amor de Deus não
é regulado por capricho, paixão ou sentimento, mas por princípio. Exatamente
como a Sua graça reina, não às suas expensas, mas "pela justiça" (Rm 5:21),
assim o Seu amor nunca entra em conflito com a Sua santidade.
7.
É
pleno de graça.
O Calvário é a
suprema demonstração do amor divino.
As bênçãos espirituais
são os principais dons do amor divino. Que bênção saber que, ao passo que o
mundo nos odeia, Deus nos ama!
CONTEMPLANDO A DEUS
As Escrituras
declaram que então veremos "face a face" e conheceremos como somos
conhecidos (1 Coríntios 13:12), mas inferir disto que conheceremos então a Deus
tão completamente como Ele nos conhece é deixar-nos iludir pelos simples sons
das palavras e não atentar para a restrição delas, restrição que o assunto
exige necessariamente. Há uma imensa diferença entre serem glorificados os
santos e serem eles divinizados. No seu estado glorificado, os cristãos continuarão
sendo criaturas finitas, e, portanto, nunca serão capazes de compreender
plenamente o Deus infinito.
Deus é justo e bom, e sempre faz o
que é reto. Ele exerce o Seu domínio de acordo com o beneplácito da Sua vontade
soberana e justa. Atribui a cada criatura o lugar que aos Seus olhos parece
bom.
Tem misericórdia de
quem Ele quer ter misericórdia, e endurece a quem Lhe apraz. Onde quer que
estejamos, Seus olhos estão sobre nós. Para o cristão, Ele é um Pai amoroso e
gentil; para o pecador rebelde, Ele continuará sendo fogo consumidor. "Ora ao Rei
dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus seja honra e glória para todo o
sempre. Amém" (1 Timóteo 1:17).
Fontes:
Os
Atributos de Deus - A. W. Pink
Bíblia de Estudo Pentecostal