Quatro ataques em
uma semana: por que a Alemanha virou o novo alvo
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caption Uma mochila,
aparentemente intacta, foi vista na cena da explosão
Pelo
menos 13 mortos e 50 feridos. Esse foi o saldo de quatro ataques que atingiram
a Alemanha em apenas uma semana.
Os
atentados causaram pânico e geraram incertezas quanto à segurança do país, que
até agora não havia sofrido incidentes do tipo.
Os mais
recentes ocorreram no último domingo.
Mas por
que o alvo dessa vez foi a Alemanha?
Segundo
especialistas, o país corre o mesmo risco de ser palco de ataques violentos
como França e Grã-Bretanha.
No final
do ano passado, o governo anunciou que se juntaria à campanha militar
internacional contra o grupo autodenominado Estado Islâmico na Síria, com o
envio de aviões de reconhecimento, navios e um contingente de 1,2 mil de
pessoal militar à região.
Os
militares alemães não estariam ativamente envolvidos nos bombardeios, mas
prestando auxílio às ações.
Além de
ver a Alemanha como "inimiga" no front de batalha, o EI também quer
ataques no país mais populoso da União Europeia ─ e que mais recebe refugiados
do Oriente Médio ─ por outra razão: segundo o especialista em terrorismo
Michael Ortmann, o EI que, com "incitar o ódio aos muçulmanos na
Europa".
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caption Policiais isolaram o
centro da cidade de Ansbach
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caption Três dos feridos estão em estado
grave
'Na mira'
Já no
começo de junho, autoridades alemãs alertavam novamente que a Alemanha
"estava na mira", ao anunciar a prisão de quatro suspeitos em cidades
diferentes, acusados de pertencerem à uma célula do EI, infiltrada no país com
o objetivo ─ segundo a promotoria ─ de realizar um ataque em Dusseldorf, no
oeste do país.
Três dos
quatro suspeitos eram sírios, e tinham entrado no país "disfarçados"
de refugiados. A revista Der Spiegel afirmou que a célula buscava
recrutar um total de dez pessoas para o suposto atentado.
Segundo a
imprensa local, as prisões de suspeitos e os recentes ataques criaram no país
um cenário que muitos temiam: de que terroristas se utilizem do fluxo de
refugiados sírios (que chegaram às centenas de milhares ao país no ano passado)
para chegarem sem ser descobertos à Alemanha.
No ano
passado, a Alemanha recebeu mais de 1 milhão de refugiados, embora o número
tenha caído dramaticamente neste ano desde que a União Europeia tomou medidas
para reduzir o fluxo de imigrantes.
Semana sangrenta
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24 de julho
No último
domingo, um refugiado sírio de 21 anos foi preso após matar uma polonesa com um
machado e ferir outras duas pessoas. A polícia acredita se tratar de um
"crime passional".
O ataque
aconteceu depois de uma discussão entre o homem e a mulher, de 45 anos, em
Reutlingen, perto de Stuttgart, no sudoeste da Alemanha.
A vítima e
o agressor trabalhavam juntos em um restaurante de comida turca perto de onde a
discussão ocorreu, informou a polícia.
24 de julho
Já na
cidade de Ansbach, na Baviera, outro refugiado sírio se explodiu do lado de
fora de um festival de música, ferindo pelo menos 12 pessoas. O motivo ainda
não é conhecido.
O ministro
do Interior da Baviera, Joachim Herrmann, disse que o homem, de 27 anos,
detonou os explosivos depois de ter sido proibido de entrar no evento.
Cerca de
2,5 mil pessoas foram evacuadas do festival após a explosão.
A explosão
teria acontecido às 22h10 (17h10 de Brasília) no centro da cidade, cuja
população é de 40 mil pessoas e tem uma base militar dos Estados Unidos.
Três
vítimas estão em estado grave, segundo a polícia.
Autoridades
bloquearam o acesso ao centro da cidade e especialistas ainda estão tentando
descobrir quais tipos de explosivos o homem-bomba usou.
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caption Alemães fizeram vigília
em shopping center alvo de ataque na última sexta-feira
22 de julho
Na
sexta-feira passada, um adolescente alemão de origem irianiana, David Ali
Sonboly, de 18 anos, abriu fogo em um fogo em um shopping center de Munique,
matando nove pessoas, a maioria imigrantes, antes de cometer suicídio.
Sete dos
mortos são adolescentes - dois turcos, dois alemães, um húngaro, um grego e um
kosovar.
Outras 35
pessoas ficaram feridas, mas apenas quatro foram baleadas - muitas se feriram
ao fugir correndo do local.
Segundo
Robert Heimberger, chefe da polícia criminal da Baviera, Sonboly estava
planejando o ataque desde que visitou a cidade de Winnenden, onde tirou fotos.
Em 2009, uma escola da cidade foi alvo de um massacre a tiros.
Mas
Heimberger descartou a suspeita de que a ação de Sonboly tivesse sido inspirado
no notório ataque a tiros do norueguês Anders Behring Breivik, que matou 77
pessoas em 2011.
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caption David Ali Sonboly nasceu
em Munique de pais iranianos
Autoridades
tinham levantado a suspeita dessa ligação por que ambos os ataques ocorreram no
mesmo dia do ano. Mas a polícia vasculhou o quarto do atirador na casa dos pais
dele e não encontrou evidências que comprovassem a teoria.
Segundo a
Promotoria de Munique, Sonboly havia passado dois meses como paciente em um
centro de saúde mental no ano passado.
A polícia
também informou que prendeu um amigo do atirador, de 16 anos. Ele está sendo
investigado como cúmplice no ataque. O jovem teria deixado de informar às
autoridades sobre os planos de Sonboly.
Ainda não
há evidência de que o ataque teve motivação política.
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caption Manchas de sangue no
chão de vagão alvo de ataque no sul da Alemanha
18 de julho
Há uma
semana, outro adolescente, um refugiado afegão de 17 anos, foi morto pela
polícia depois de ferir cinco pessoas, duas delas com gravidade, com um machado
e uma faca em um trem na cidade de Würzburg, no sul do país.
Quatro das
vítimas eram turistas de Hong Kong.
O grupo
autodenominado Estado Islâmico reivindicou a autoria do ataque e divulgou um
vídeo do adolescente fazendo ameaças.
Nas
imagens, o jovem, que aparece segurando uma faca, diz ser um soldado do EI
preparando-se para uma missão suicida.
Autoridades
alemães afirmaram que descobriram uma bandeira do grupo extremista pintada no
quarto dele.
Fonte: BBC Brasil