Endocardite
Bacteriana
Por Dra. Ana Luiza Lima
A endocardite bacteriana é uma inflamação que afeta
as válvulas e o tecido que reveste o coração, devido à presença de bactérias ou
fungos que chegam ao coração através da circulação sanguínea.
Algumas causas da endocardite bacteriana podem ser
o uso de drogas injetáveis, piercings na boca ou na língua ou realizar algum
tratamento dentário sem tomar antibióticos antes. No entanto, as causas mais comuns
são possuir alguma má formação cardíaca ou possuir alguma lesão na válvula
cardíaca.
Presença de bactérias nas válvulas aórtica ou
mitral
Locais onde as bactérias podem estar
Existem dois tipos de endocardite bacteriana:
1. Endocardite bacteriana aguda:
Geralmente
causada pela bactéria Staphylococcus aureus, é mais comum em indivíduos
que utilizam drogas intravenosas porque esta bactéria encontra-se presente na
superfície da pele, e as constantes 'picadas na pele' com seringas sujas
permitem sua chegada a corrente sanguínea. Ela evolui rapidamente, podendo
afetar o cérebro, pulmões, fígado e rins, podendo levar a morte em apenas 6
semanas.
2. Endocardite bacteriana subaguda:
Normalmente
é causada por Streptococcus viridans, Enterecoccus sp., Staphylococcus sp.
ou bacilos gram-negativos. Evolui mais lentamente, podendo persistir por até 1
ano. Ela é mais comum em indivíduos que possuem piercings na boca ou em caso de
câncer no sistema digestório, especialmente em caso de câncer de intestino.
O diagnóstico da endocardite bacteriana pode ser
feito através de exames como o ecocardiograma, que é um tipo de ultrassom no
coração, e através de exames de sangue.
Sintomas da endocardite bacteriana
Os sintomas da endocardite bacteriana aguda podem
ser:
- Febre alta;
- Dor no peito;
- Falta de ar;
- Tosse;
- Hemorragia na palma das mãos e nas plantas dos pés.
Na endocardite subaguda, os
sintomas geralmente são:
- Febre baixa;
- Calafrios;
- Suor noturno;
- Dor nos músculos e nas articulações;
- Cansaço fácil;
- Dor de cabeça;
- Falta de ar;
- Falta de apetite;
- Emagrecimento;
- Pequenos nódulos doloridos nos dedos das mãos ou dos pés
- Ruptura de pequenos vasos sanguíneos na parte branca dos olhos, no céu da boca, no interior das bochechas, no peito ou nos dedos das mãos ou dos pés.
Caso estes sintomas estejam presentes é aconselhado
ir ao pronto-socorro o mais rápido possível porque a endocardite é uma doença
grave que pode levar a morte rapidamente.
O que causa endocardite
bacteriana
As causas da endocardite
bacteriana podem ser:
- Defeito congênito no coração;
- Lesão na válvula cardíaca;
- Caso anterior de endocardite;
- Nova válvula cardíaca;
- Colocação de cateter intravenoso;
- Colocação de pacemaker;
- Implante de piercing bucal;
- Uso de drogas ilícitas injetáveis.
Os indivíduos mais propensos a sofrer de
endocardite bacteriana são os com baixa imunidade, usuários de drogas
injetáveis ilícitas, doença renal, diabetes, insuficiência cardíaca congestiva,
idosos, portadores de doenças reumáticas e indivíduos com piercing na boca.
Endocardite bacteriana
na odontologia
A endocardite bacteriana e odontologia estão
relacionadas, porque uma das causas da endocardite é o fato do paciente não
tomar nenhum antibiótico 10 dias antes de um tratamento dentário como extração
de dentes ou tratamento para cárie, por exemplo.
Tratamento para endocardite
bacteriana
O tratamento para endocardite bacteriana além da
eliminação da causa, deve ser feito com o uso de antibióticos através da veia
durante longos períodos de tempo. A escolha do antibiótico é feita de acordo o
tipo de bactéria que causou a endocardite.
Em casos mais graves, onde não existe um bom
resultado com o uso de antibiótico e dependendo do tamanho da infecção e da sua
localização, é indicada cirurgia para trocar as válvula cardíacas por
próteses.
Profilaxia da endocardite
A profilaxia da endocardite é feita nos indivíduos
que possuem alto risco de desenvolver endocardite, como:
- Indivíduos com válvulas artificiais;
- Pacientes que já tiveram endocardite;
- Indivíduos com doença das válvulas que já fizeram um transplante de coração;
- Pacientes com doenças cardíacas congênitas.
Antes de algum tratamento dentário o dentista
deverá orientar o paciente a tomar 2g de amoxicilina ou 500mg de azitromicina
pelo menos 1 hora antes do tratamento. Em alguns casos o dentista deverá
orientar o uso de antibióticos por 10 dias antes do início do tratamento
dentário.
Fonte: www.tuasaude.com
Gaspar
Moura dos Santos
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