Eletrônica
atômica atinge dimensões práticas
A nova técnica gerou circuitos
eletrônicos práticos com vários centímetros de comprimento.
[Imagem: Mervin Zhao et al. - 10.1038/nnano.2016.115]
Eletrônicos feitos quimicamente
Em um avanço que ajuda a abrir o caminho para uma
nova geração de eletrônicos e tecnologias de computação - e, possivelmente,
aparelhos finos como papel -, engenheiros desenvolveram uma maneira de montar
transistores e circuitos com apenas alguns átomos de espessura.
Em vez da tradicional litografia usada pela
indústria eletrônica, os componentes e circuitos são montados quimicamente.
Melhor ainda, a técnica gera estruturas funcionais
em uma escala grande o suficiente para que se comece a pensar em aplicações
realistas e escalabilidade comercial.
"Este é um grande passo rumo a uma forma
escalável e repetível para construir eletrônicos com espessura atômica ou
acondicionar mais poder de computação em uma área menor," disse o
professor Xiang Zhang, do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, nos EUA.
Computador atômico
A nova técnica química permite controlar a síntese
de um transístor no qual estreitos canais são entalhados no grafeno. Nesses canais é crescido um cristal de um material semicondutor
conhecido como "metal de transição dicalcogeneto", ou TMDC (transition-metal
dichalcogenide) - esses materiais são mais conhecidos como molibdenita, mas pertencem a essa classe o dissulfeto de molibdênio (MoS2) e o dissulfeto de tungstênio (WS2).
Os dois materiais são cristais de uma única camada
e atomicamente finos, de forma que o circuito eletrônico resultante é
essencialmente bidimensional. Na horizontal, a síntese consegue cobrir uma área
de vários centímetros de comprimento e alguns milímetros de largura, várias
ordens de grandeza maiores do que os experimentos anteriores.
Estrutura mostrando como os
cristais de molibdenita (MoS2) ligam-se aos cristais de grafeno (hexágonos
cinza). [Imagem: Berkeley Lab]
A aplicabilidade prática da nova técnica foi
demonstrada com a montagem de um circuito lógico conhecido como inversor. De
acordo com a equipe, isso reforça ainda mais a capacidade da tecnologia para
estabelecer as bases para construir quimicamente um computador com circuitos de
dimensões atômicas.
"Os dois cristais bidimensionais foram
sintetizados na escala de wafer de uma forma que é compatível com a
atual manufatura de semicondutores. Integrando nossa técnica com outros
sistemas de crescimento [de cristais], é possível que a computação do futuro
possa ser feita completamente com cristais atomicamente finos," diz Mervin
Zhao, principal idealizador da técnica.
Fonte: www.inovacaotecnologica.com.br
Gaspar
Moura dos Santos
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