Condenações da Lava Jato somam mais de mil anos de prisão
Sergio Moro (foto) é responsável pelas condenações
em primeira instância, na 13ª Vara Federal do Paraná Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
A soma das condenações de acusados na Operação Lava
Jato ultrapassou os mil anos. Até aqui, 74 investigados foram sentenciados a um
total de 1.133 anos e um mês de reclusão. A maior pena foi aplicada ao ex-ministro
José Dirceu (Casa Civil no governo Lula). Ele pegou 23 anos e três
meses de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização
criminosa.
No âmbito das investigações de desvios na Petrobras
já foram fechados 57 acordos, dos quais 52 de colaboração premiada (incluindo a
delação do empresário Fernando de Moura, quebrada pela Justiça), cinco de
leniência (com empresas) e um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta).
"O emprego consistente e cuidadoso da
colaboração premiada impulsionou a expansão da Lava Jato, cujas penas, agora,
ultrapassam mais de mil anos de prisão. O reconhecimento judicial, acolhendo
pedido do Ministério Público, da violação do acordo reforça a importância da
boa-fé e do compromisso com a verdade por parte dos colaboradores da Justiça.
Violado o acordo, o colaborador se sujeita às penas integrais dos crimes como
qualquer outro réu".
A força-tarefa da Lava Jato já ofereceu, na
primeira instância, acusação contra 207 investigados - entre executivos,
funcionários ou sócios de empreiteiras, intermediários, operadores ou doleiros,
ex-dirigentes da Petrobras e políticos - em 42 denúncias desde o início da
operação, em março de 2014.
Até 17/05/2016, segundo a Procuradoria da
República, 111 acusados haviam sido condenados em 18 processos, somando um
total de 990 anos e 7 meses de condenações. Deste total de sentenciados, 93
foram condenados (83,78%), quatro absolvidos (3,6%) a pedido do próprio
Ministério Público Federal e três réus absolvidos sem interposição de recurso
(2,7%). Outros nove foram absolvidos e tiveram recursos interpostos (8,1%) e
mais duas absolvições com a interposição de recursos já foram transitadas em
julgado (1,8%).
Com a sentença do juiz Moro, nesta quarta-feira
(18), que impôs 23 anos e 3 meses a Dirceu e outras pesadas sanções a réus
ligados ao ex-ministro, as condenações passaram do marco de mil anos. Dirceu
recebeu a maior pena da Lava Jato. A segunda maior agora é do ex-diretor de Serviços
da Petrobras Renato Duque, que recebeu 20 anos e 8 meses, em outra ação cuja
sentença é de setembro de 2015.
Dirceu usou
dinheiro da Petrobras para comprar imóveis, avião e pagar reforma de sítio
Na ação em que Dirceu foi condenado também recebeu
pena o irmão do ex-ministro Luiz Eduardo de Oliveira e Silva (oito anos e nove
meses de reclusão por lavagem e pertinência à organização criminosa). O
empreiteiro Gerson Almada, da Engevix, foi condenado a quinze anos e seis meses
de reclusão, por corrupção e lavagem de dinheiro.
O empresário Fernando Moura, ligado ao PT e um dos
delatores da Lava Jato, foi condenado a 16 anos e 2 meses de prisão. O
ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto recebeu 9 anos de prisão por corrupção.
Renato Duque pegou nesta ação 10 anos de reclusão por corrupção. O corretor de
imóveis Júlio César dos Santos recebeu 8 anos de prisão por lavagem e
pertinência à organização criminosa. Roberto 'Bob' Marques, ex-assessor de
Dirceu, foi condenado a três anos de reclusão, pena que foi substituída por
duas restritivas de direito: prestação de serviço à comunidade e prestação pecuniária.
O lobista Milton Pascowitch, delator e pivô da
prisão de José Dirceu, pegou 20 anos e 10 meses de reclusão pelos crimes de
corrupção, lavagem e pertinência à organização criminosa. Seu irmão, José
Adolfo Pascowitch, foi condenado pelos mesmos crimes a 19 anos de prisão. O
ex-gerente executivo da Petrobras Pedro Barusco, um dos delatores da Lava Jato,
pegou 9 anos de prisão. Como fizeram acordo de colaboração premiada, Barusco e
os irmãos Pascowitch cumprirão as penas acordadas com o Ministério Público
Federal.
Fonte: http://noticias.r7.com
Gaspar
Moura dos Santos