Como
lidar com os próprios erros do passado?
Por Professor Felipe de Souza
“A medida da
inteligência é a capacidade de mudar” (Eistein)
Bem, se você
está lendo este texto, é sinal que você concorda que as pessoas cometem erros.
Nós erramos e, muitas vezes, os erros são consideráveis, podendo inclusive
influenciar na vida de outras pessoas. Por isso, partimos do princípio que
cometemos erros. Mas como lidar com estes erros do passado?
Como lidar com os próprios erros
do passado?
O segundo
ponto que é preciso concordar é que um erro, seja ele de que natureza for, deve
ser entendido como erro, mas, no plano das emoções. Em outros termos, podemos
dizer que é preciso se arrepender do que foi feito.
Segundo a
psicóloga clínica Ph. D. Melanie Greenberg, “o arrependimento é um estado
emocional/cognitivo que envolve culpar-se por um resultado ruim, tendo um
sentimento de perda ou tristeza pelo que poderia ou deveria ter sido feito ou
escolhido no lugar. Para pessoas jovens e crianças, o arrependimento, embora
seja uma experiência dolorosa, pode ser uma emoção útil.
A dor do
arrependimento pode resultar na mudança do foco e na mudança de ações ou na
busca de novos caminhos. Entretanto, quanto menor for a chance de mudar a
situação, maior é a chance de o arrependimento se transformar em uma ruminação
e em estresse crônico que pode prejudicar o corpo e a mente”.
Uma outra
maneira de entender o que é o arrependimento é o que Jung chama de o primeiro
passo de toda e qualquer terapia digna do nome. O primeiro passo é a confissão,
ou seja, o paciente chega ao consultório e confessa o que fez. Evidentemente,
não só os atos prejudiciais, mas também pensamentos e sentimentos neutros ou
benéficos que, talvez, nunca tenham sido ditos antes. É o que muitos chamam de
desabafar.
Mas e
depois? Chegamos então ao terceiro ponto sobre como lidar com os erros. É
preciso se arrepender mas, depois que o arrependimento ocorrer, é preciso
deixá-lo para trás. O que foi feito foi feito… o que pode ser feito agora e
daqui para adiante?
Bem, então é
preciso pensar que é possível mudar. (Em outro texto, falaremos sobre como as
crenças – no sentido da Programação Neurolinguistica e da Psicologia Cognitiva
– devem ser trabalhadas para que a mudança ocorra).
Afinal, não
adianta nada entender, profundamente e emocionalmente, que o que foi feito não
teve o melhor resultado e continuar pensando que esta é a única maneira de
agir. Como quem diz: “sempre fiz desta forma e não consigo fazer de outra”.
A questão da
mudança é certamente uma questão decisiva na psicologia clínica. Sabemos, pela
observação cotidiana e pela experiência no consultório, que muitas vezes as
pessoas conseguem atingir mudanças significativas sozinhas. Entretanto, em
muitos casos é preciso ter certo tipo de suporte para facilitar o processo. E
aqui não me refiro apenas à fazer consultas com um psicólogo ou psicóloga,
outros tipos de busca podem ser igualmente efetivas.
A busca do antídoto
Se
pensarmos, metaforicamente que o erro é como um veneno e que a mudança reside
no que vai acabar com o efeito, poderíamos imaginar um antídoto para o veneno
específico. Por exemplo, é muito comum vermos como uma doença, como o câncer,
consegue mobilizar amigos e familiares para ajudar outras pessoas que passam
pela mesma dificuldade. De igual modo, uma pessoa que tem problemas com drogas,
pode criar, trabalhar ou ajudar voluntariamente em projetos para pessoas que
desejam a recuperação.
Enfim, os
exemplos são muitos. A maneira mais simples para imaginar um “antídoto” para o
“veneno” é pensar no oposto do erro. Pensando: “o que eu posso fazer que teria
um efeito diferente, talvez contrário ao que fiz? Como posso ajudar outras
pessoas que tem o mesmo problema, dificuldade ou comportamento?”
Conclusão
Portanto,
existem alguns passos para lidar com os erros do passado. Primeiro,
reconhecendo o erro como erro (mentalmente e emocionalmente). Segundo, ter a
crença de que é possível mudar. Terceiro, encontrando formas para que a mudança
seja realizada, sozinho ou com a ajuda de profissionais, grupos, etc. Quarto,
procurando criar novas formas de agir, agindo através do “antídoto” do
erro.
Fonte: www.psicologiamsn.com