"Eu odiava
evangélicos", declarou Aldidudima que hoje é pastor e tem evangelizado em
todo o Brasil e no exterior
Foto: JM
Notícia
Em 28 de março
de 1986 um traficante da Rocinha, no Rio de Janeiro, entrou em uma igreja
evangélica para matar o pastor e lá teve um encontro genuíno com
Deus. Ligeirinho, apelido dado a Aldidudima Salles, 53 anos,
era um dos fundadores do Comando Vermelho (CV),
a organização criminosa mais temida do Brasil, mas hoje é pastor e
tem viajado pelo país contando seu testemunho.
Recentemente ele esteve em igrejas do Norte do Paraná e relatou ao
portal Tanosite, da cidade de Santo Antônio da Platina (PR), que tinha
ódio de evangélicos até o dia que entrou em uma igreja.
“Eu odiava os
evangélicos. Os usuários de droga daquela localidade estavam se convertendo, e
consequentemente as vendas no ponto de tráfico em frente à igreja foram
prejudicadas”, declarou ele.
O pastor foi
ameaçado para fechar a igreja, mas descumpriu a ordem e, por este motivo, seria
morto. Eu e um grupo de traficantes entramos na igreja para cumprir a promessa
de assassinar quem estivesse ali. Porém, o homem que deveria atirar contra o
pastor começou a chorar e me disse que algo estranho estava acontecendo com
ele. As pessoas continuaram orando com o pastor, e eu também fui tocado naquele
momento. Senti a presença de Deus!”, revela”.
Foi sentindo a
presença de Deus que Ligeirinho resolveu mudar de vida e abandonar o crime
organizado. “Então entreguei meu revólver ao pastor, e decidi que jamais
voltaria a cometer crimes. Fiquei oito anos fora do País por receber ameaças de
morte, e há 32 anos minha missão é resgatar pessoas através da palavra de
Deus!”, concluiu.
Vida no crime
Aldidudima Salles
nasceu no Ceará, mas se mudou para o Rio de Janeiro quando criança. Foi lá que,
aos 13 anos, ele se envolvei com o crime praticando latrocínio na favela da
Rocinha.
Ele foi
recolhido ao reformatório de menores infratores e lá foi chamado para integrar
à facção criminosa Comando Vermelho. Um ano depois ele já era o segundo homem
do grupo, delegando 46 homens da comunidade. Dois anos depois, ele era
responsável por 6 mil traficantes.
Para liderar o
grupo e gerir o tráfico de drogas da Rocinha, Ligeirinho foi enviado para a
Colômbia para se especializar no tráfico internacional de drogas com Pablo
Escobar, chefe do tráfico de Medellín.
Até o dia de
sua conversão, Ligeirinho tinha cometido 76 assassinatos, traficou 19
crianças para adoção no exterior e foi condenado 300 anos e seis
meses de prisão. Cumpriu 10 anos, dois meses e três dias (pena máxima
existente no País que é correspondente a 1/3 de 30 anos) e foi beneficiado com
indulto presidencial, na década de 1990, no governo Fenando Henrique Cardoso
(PSDB). Segundo Salles, por solicitação de uma ex-governadora que diz ter sido
curada de um câncer após oração feita por ele.
Depois de
deixar a prisão, Aldidudima passou a se dedicar à religião e hoje
vive ministrando a palavra e vendendo DVDs das palestras que promove pelo país.
Fonte:www.jmnoticia.com.br