4 de dezembro de 2016
Texto
Áureo
Romanos 11.36
“Porque dele, e por ele, e para ele são todas as
coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.”
Verdade
Aplicada
Adoração envolve tudo o que está no interior da
pessoa e tudo o que está fora dela.
Objetivos
da Lição
Destacar a objetividade da adoração na vida;
Enfatizar a adoração como centralidade da vida;
Mostrar exemplos de vidas que priorizaram a adoração.
Glossário
Perpétua: Que dura sempre; eterno;
que não cessa nunca; contínuo; inalterável;
Rude: Desagradável, duro; de
caráter duro; ríspido, severo;
Urdidura: Enredo, contexto,
entrelaçamento.
Leituras
complementares
Segunda Sl 63.3-4
Terça Sl 95.6
Quarta Sl 99.5
Quinta Hc 3.17-18
Sexta Mt 4.10
Sábado Fp 2.9-11
Textos
de Referência.
Romanos 12.1-3
1 Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus,
que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que
é o vosso culto racional.
2 E não vos conformeis com este mundo, mas
transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis
qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
3 Porque, pela graça que me é dada, digo a cada um
dentre vós que não saiba mais do que convém saber, mas que saiba com
temperança, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.
Hinos
sugeridos.
185, 396, 484.
Motivo
de Oração
Agradeça a Deus pela oportunidade de Louvá-Lo todos
os dias.
Esboço
da Lição
Introdução
1. O conceito de adoração de Paulo.
2. A adoração como prioridade de
vida.
3. A centralidade da adoração na
Bíblia.
Conclusão
Introdução
Percebe-se que há uma forte negligência na adoração
verdadeira em muitas igrejas e, muito do que é feito em nome da adoração hoje,
na realidade desonra a Jesus Cristo.
1. O
conceito de adoração de Paulo.
O apóstolo Paulo faz uma forte declaração em
Romanos 12.1-2 sobre o conceito de adoração em tempo integral. Essas suas
palavras vêm depois do que possivelmente é a maior exposição de teologia de
toda a Escritura.
1.1.
Adoração como um novo estilo de vida.
A adoração é para a vida cristã o que a mola mestra
é para um relógio, o que o motor é para um carro. A adoração é o núcleo, o
elemento essencial. A adoração não pode ser isolada ou relegada a um único
lugar, tempo ou segmento de nossa vida. Não podemos expressar em palavras todo
o agradecimento e louvor a Deus enquanto levamos uma vida de egoísmo e
carnalidade. Esse tipo de adoração acaba por revelar-se uma perversão. Atos
verdadeiros de adoração devem ser o transbordamento de uma vida em adoração
perpétua.
Refletir sobre a centralidade da adoração
nesses tempos nebulosos é de suma importância, tendo em vista que o assunto é
dominante nas Sagradas Escrituras. Temos muitas atividades e pouca adoração.
Somos grandes no ministério e pequenos na adoração. Somos desastrosamente
pragmáticos. Só queremos saber se algo funciona. Queremos fórmulas e efeitos e,
no processo, de certo modo, deixamos de lado aquilo para a qual Deus nos
chamou. Somos Marta demais e Maria de menos. Estamos tão profundamente
enraizados no fazer que perdemos o estar. Estamos tão programados, informados,
planejados e ocupados que menosprezamos a adoração!
1.2.
Adoração através de nosso relacionamento exterior.
A adoração pode ser refletida em nosso
comportamento em relação aos outros. “Porque quem nisto serve a Cristo,
agradável é a Deus e aceite aos homens.” (Rm 14.18). O que significa esta
oferta agradável Deus? O contexto revela que é ser sensível ao irmão mais fraco
(Rm 14.13). Quando tratamos os irmãos em Cristo com o tipo adequado de
sensibilidade, isso é um ato aceitável de adoração. Esse ato honra ao Deus que
criou essa pessoa e esse ato também reflete a compaixão e o cuidado de Deus. O
evangelismo também é uma forma de adoração aceitável (Rm 15.16). Assim, a
adoração pode ser expressa ao compartilhar o amor com irmãos em Cristo, pregar
o Evangelho aos descrentes e atender as necessidades das pessoas num nível
material. A adoração aceitável é dar. É um amor que compartilha (Fp 4.18).
Paulo escreve que graça especial lhe foi
dada para ser servo de Cristo Jesus entre os gentios, servindo ao Evangelho de
Deus como sacerdote, para que os gentios sejam aceitáveis a Deus. Os gentios
foram ganhos para Cristo pelo ministério de Paulo tornaram-se adoradores. Para
muitos, o culto é apenas uma programação de fim de semana, um evento, um show,
um momento que sobra da agitada vida terrena para oferecer a Deus o que Ele
rejeita. O propósito e a responsabilidade de cada cristão como sacerdócio real
é promover um ensaio na terra da vida eterna que será vivida no céu. Este é o
culto racional!
1.3.
Adoração através de nosso comportamento pessoal.
Efésios 5.8-10 diz: “Andai como filhos da luz
(porque o fruto do Espírito está em toda bondade, e justiça, e verdade),
aprovando o que é agradável ao Senhor”. A palavra agradável vem do grego e
significa “aceitável”. Nesse contexto, refere-se à bondade, justiça e verdade,
dizendo claramente que fazer o bem é um ato aceitável de adoração a Deus.
Paulo, aconselhando a Timóteo (1Tm 2), exorta para que os cristãos orem pelas
pessoas investidas de autoridade de modo que os cristãos possam ter vida
tranquila e serena, em toda piedade e honestidade. Portanto compartilhar é um
ato de adoração e esse é o efeito da adoração sobre os outros. Fazer o bem é
igualmente um ato de adoração e esse é seu efeito em nossa vida.
Agradar a Deus, fazer o bem e
compartilhar com os outros, todos são atos de adoração legítimos e bíblicos.
Isso abarca toda a atividade e todo o relacionamento da vida humana. A
implicação é que assim como a Bíblia se dedica de capa a capa ao tema da
adoração, o cristão deve se dedicar à atividade de adoração, absorvido pelo
desejo de dedicar cada momento de sua vida a fazer o bem a todos, a
compartilhar as bênçãos com os vizinhos e a louvar a Deus, que é a fonte de
toda bondade e toda bênção.
2. A
adoração como prioridade de vida.
Maria procurou sentar-se aos pés do Mestre em
adoração. Resolveu priorizar a adoração em sua vida, escolheu a boa parte (Lc
10.41-42), o que não lhe seria tirada. A adoração de Maria teve significado
eterno, enquanto a tarefa de Marta nada significou além daquela tarde especial.
2.1. O
exemplo do culto de Abel.
Hebreus 11 contém uma lista de heróis da fé do
Antigo Testamento e o primeiro deles é Abel. Ele foi um verdadeiro adorador.
Sua adoração estava de acordo com a vontade de Deus e o plano de Deus. Sua
oferta foi aceita por Deus. Isso é tudo o que sabemos sobre a vida dele. Esse
adorador “depois de morto ainda fala” (Hb11.4). Vemos a grande diferença entre
adoração de Abel e Caim. Ambos eram pecadores e reconheciam o direito de Deus à
reverência e à adoração. Segundo a aparência exterior, sua religião era a mesma
até certo ponto, mas o registro bíblico nos mostra que a diferença entre os
dois era grande. Essa diferença estava na obediência de um e na desobediência do
outro.
Abel ofereceu a Deus mais excelente
sacrifício do que Caim. Abel aprendeu os grandes princípios da redenção. Viu-se
como um pecador e viu o pecado e sua pena de morte entre o seu coração e a
comunhão com Deus. Trazia morta a vítima, aquela vida sacrificada, reconhecendo
assim as reivindicações da lei que fora transgredida. Por meio do sangue
derramado, olhava para o futuro sacrifício – Cristo morrendo na cruz do
Calvário. Confiando na expiação que ali seria feita, tinha o testemunho de que
era justo e de que sua oferta havia sido aceita.
2.2. O
exemplo da adoração de Enoque.
A segunda pessoa que Hebreus relaciona é Enoque.
Ele adorava a Deus através de seu andar. Ele andou com Deus e viveu uma vida
piedosa, fiel e dedicada. Um dia, ele andou da terra para o céu! (Gn 5.21-24).
O nome Enoque significa “dedicado ou disciplinado”. Fiel ao significado do seu
nome. Enoque dedicou-se a Deus e disciplinou-se no meio de uma geração
corrompida e perversa (Fp 2.15). Andar com Deus significa ter um conhecimento
cada vez mais íntimo dEle. Não se pode andar dignamente com Deus sem primeiro
ter um verdadeiro conhecimento de quem Ele é e o que Ele deseja para nós (Cl
1.10).
Enoque andou com Deus, não uma vez por
semana, mas diariamente em meio aos cuidados e as responsabilidades da vida
familiar normal. Enoque começou a andar com Deus com a idade de 65 anos, após o
nascimento de seu filho Matusalém, depois apara o resto de sua vida terrena
(300 anos). Nunca é tarde demais para começar a andar com Deus (Gn 17.1).
Enoque andou no caminho da justiça não como um eremita, mas como um homem de
família que viveu em uma idade pré-diluviana, onde abundou o pecado e o mal!
2.3. O
exemplo de adoração de Noé.
O terceiro citado na lista de adoradores é Noé.
Quando pensamos em Noé, nos vem à mente a palavra “trabalho”. Ele adorou a Deus
com seu trabalho. Neste trabalho, estava a sua fé e obediência. Passou 120 anos
construindo a arca. Homem justo e
íntegro. Noé recusou seguir o caminho do mundo. Ele foi muito atento à vontade
de Deus. Quando Deus mandou fazer a arca. Noé obedeceu (Gn 6.22). Por esta fé
obediente, ele é usado como exemplo ao longo da história bíblica (Hb 11.7).
Ofereçamos sempre ao Eterno Deus um
sacrifício de louvor, que é fruto dos lábios que declare publicamente o Seu
Nome. Quando analisamos a adoração em seu foco direcionado a Deus, descobrimos
que sua essência é simplesmente ação de graças e louvor.
3. A
centralidade da adoração na Bíblia.
Desde o início (Gênesis) até a consumação (Apocalipse),
a doutrina da adoração está entrelaçada na urdidura e na trama do texto bíblico
(Dt 6.4-5; Mc 12.29-30).
3.1. A
adoração no Antigo Testamento.
A adoração no Antigo Testamento devia ser uma
preocupação contínua para o povo de Deus. O tabernáculo foi projetado para
enfatizar a prioridade da adoração e exclusivamente para a adoração. Era o
lugar onde Deus se encontrava com Seu povo. Usá-lo para qualquer outra coisa
que não fosse adoração era considerado a mais rude blasfêmia. No tabernáculo não
havia assentos. Eles não iam até lá com o objetivo de se entreterem. Eles iam
ao tabernáculo para adorar a Deus e servir-lhe. Se precisassem se reunir para
qualquer outro propósito, eles o faziam em outra parte.
Em Gênesis, descobrimos q1ue a queda ocorreu
quando Adão falhou em adorar pela desobediência à única ordem dada pelo Eterno
Deus. Em Apocalipse, aprendemos que toda a história culmina numa comunidade
eterna adorando na presença de um Deus amoroso.
3.2. O
tabernáculo.
A organização do acampamento sugere que a adoração
era central a toda a atividade. O tabernáculo se situava no centro do
acampamento. Imediatamente a ele, ficavam os sacerdotes que lideravam a
adoração. Um pouco mais adiante do tabernáculo se posicionavam os levitas, que
estavam envolvidos no culto. Mais longe, ficavam dispostas as várias tribos,
cada uma de frente para o centro, o lugar da adoração. Tudo isso nos ensina que
quem usa a sua vida para qualquer outro propósito que não seja a adoração,
independentemente de quão nobre possa ser esse propósito, é culpado de sério
pecado.
Olhando para a história, é impossível
negar a necessidade, a importância e a influência do culto na vida das pessoas.
O mundo como conhecemos foi moldado pelas crenças. Todos os acontecimentos
políticos, militares e sociais foram e ainda são motivados por crenças. Até
mesmo o ateísmo, que prega a inexistência de Deus, possui a sua forma de crença
e culto. Uma das práticas mais comuns e marcantes em qualquer cultura ou
sociedade é o culto religioso. Independente da crença e da época, em todas as
partes da terra o culto sempre foi algo muito presente e em muitos casos a
razão da existência de povos. Jesus ensinou a Marta e Maria que a adoração é a
única atividade essencial que deve ter precedência sobre qualquer outra
atividade da vida. E, se isso é tão importante na vida individual, quanto mais
será no contexto da reunião entre os cristãos, isto é, no culto que prestamos a
Deus na igreja!
3.3. A
adoração no Novo Testamento.
No Novo Testamento, toda a pregação está voltada
para a adoração. A pregação é um aspecto insubstituível de toda adoração
coletiva (2Tm 4.2). Todo o culto deve girar em torno da Palavra. Tudo mais é ou
preparatório ou é uma resposta à mensagem das Escrituras. Quando se permite que
o teatro, a música, a comédia ou outras atividades usurpem o lugar da pregação
da Palavra, a verdadeira adoração sofre inevitavelmente. Quando a pregação é
submetida à pompa e à circunstância, isso também impede a verdadeira adoração.
Um culto sem Palavra é de valor questionável. Além disso, uma “igreja” na qual
a Palavra de Deus não é regular e
fielmente pregada, não é uma verdadeira igreja.
É fundamental que entendamos que a
adoração deve ser em todo o tempo e que a mesma atinge todas as áreas de nossa
vida, isto é, devemos honrar a Deus em tudo. Na mente de muitos cristãos hoje,
a palavra adoração significa a parte musical da ordem do culto, em contraste
com o sermão ou o ofertório. O músico principal é chamado de “líder da
adoração”, distinto do pastor. A música é logicamente, um meio maravilhoso de
adoração, mas, a verdadeira adoração é mais que apenas música.
Conclusão.
A adoração precisa ser compreendida como a
somatória de tudo que fazemos. Nossas atitudes devem ser transformadas em atos
de adoração a Deus. É necessário que compreendamos que nossa adoração é de
tempo integral. Você nasceu para ser um adorador.
Questionário.
1. O que o apóstolo Paulo faz em Romanos 12.1-2?
R: Uma forte declaração sobre o
conceito de adoração em tempo integral (Rm 12.1-2).
2. Segundo a lição, o que é o evangelismo?
R: Uma forma de adoração aceitável
(Rm 15.16).
3. Quando Deus mandou fazer a arca, o que Noé fez?
R: Ele obedeceu (Gn 6.22).
4. No que a doutrina da adoração está entrelaçada?
R: Na urdidura e na trama do texto
bíblico (Dt 6.4-5; Mc 12.29-30).
5. De acordo com a lição, o que é a pregação?
R: É um aspecto insubstituível de
toda a adoração coletiva (2Tm 4.2).